Forças russas atacam no sul da Ucrânia
As forças russas lançaram uma ofensiva na cidade de Orekhiv, no sul da Ucrânia, onde a frente está num impasse há vários meses, disse um funcionário das autoridades de Moscovo.
"As nossas tropas lançaram uma ofensiva local perto da cidade de Orekhiv, que ainda está temporariamente ocupada por combatentes ucranianos", afirmou Vladimir Rogov, um efetivo das forças russas na região sul de Zaporijia - cidade onde está localizada a central nuclear com o mesmo nome.
Segundo a mesma fonte, este ataque obrigou as forças ucranianas a recuar ligeiramente para ocupar posições de reserva.
"As nossas tropas estão a manter as posições ocupadas. O território da região de Zaporijia libertada dos combatentes ucranianos está a aumentar gradualmente", afirmou, citado pela agência noticiosa russa Ria Novosti.
A frente no sul da Ucrânia está praticamente parada desde que os russos se retiraram da cidade de Kherson no início de novembro e no início do inverno. A região de Zaporijia é parcialmente controlada por Moscovo.
O exército ucraniano, por sua vez, não tem referências a Orekhiv no relatório diário, ao contrário das frentes no leste da Ucrânia, que têm sido o palco central do conflito no país nas últimas semanas.
As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato de forma independente.
Os principais combates estão concentrados em Soledar e suas minas de sal e na cidade vizinha de Bakhmut, ambas fustigadas por uma forte ofensiva russa, com apoio do grupo mercenário Wagner.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.031 civis mortos e 11.327 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.