Sistema Educativo estável deve conciliar a aposta na tecnologia com a maior participação dos alunos
"Mantendo e impulsionando a transição digital e o uso das novas tecnologias a favor da aprendizagem, é, todavia, essencial que, no futuro, sejam facilitadas as condições para que as Escolas reforcem a escuta aos alunos, identificando eventuais problemas e contribuindo, em colaboração com entidades como a saúde, para o encontro de soluções que influenciam o bem-estar dos estudantes". Esta foi uma das ideias resultantes do encontro ontem realizado no âmbito do tema da Educação do “Compromisso 2030”, em Câmara de Lobos, designado por “Educação: onde estamos? Onde queremos chegar?”, envolvendo a preleção de Ana Carolina Zuanazzi sobre Criatividade e Pensamento Crítico, no qual participaram mais de 40 representantes da comunidade educativa, entre Professores, Diretores de Escola, Pais e Ex-alunos.
Uma preocupação que, conforme explica o Coordenador para esta área, José Miguel Sousa, coloca-se, especialmente agora, depois da pandemia. “Efetivamente e de acordo com a auscultação ontem realizada, foi unânime o sentimento de reforçarmos a nossa capacidade para ouvirmos e acompanharmos os alunos, de modo a que, também nas Escolas, possamos antecipar eventuais problemas, sinalizando-os e garantindo que, cada vez mais, as Instituições e serviços ligados à Educação sejam parte da solução em articulação com outras entidades”, sublinha, vincando que este papel já existe mas pode ser reforçado no futuro, com maior participação e envolvimento das crianças e dos jovens, como referiu Ana Carolina Zuanazzi, tendo por base um estudo da OCDE sobre Criatividade e Pensamento Crítico, em que participou.
Paralelamente, foi também deixado o apelo para que as boas práticas que são seguidas nas Escolas da Região ganhem maior visibilidade – assumindo-as como exemplo e base de replicação – num encontro onde foi igualmente reconhecida a evolução que a Região Autónoma cumpriu, de forma continuada, no respeitante ao Sistema Educativo na RAM, quer do ponto de vista infraestrutural quer ao nível da resposta que é dada às crianças e jovens, sendo exemplo de inovação a nível nacional e internacional.
Merece igualmente referência o consenso gerado, entre os presentes, quanto à estabilidade que se vive na Região nesta área, por oposição ao desgaste e a toda a instabilidade que atualmente caracteriza este setor a nível do continente português, em particular no que toca à carreira dos Professores.
Refira-se que, nesta temática, a auscultação a promover no âmbito do “Compromisso 2030” desenvolver-se-á localmente e de forma concelhia, sendo que, depois de Câmara de Lobos, hoje é a vez de ser ouvida a comunidade educativa de Machico.