Desde dezembro de 2022, o Serviço de Medicina Física e Reabilitação do Hospital Dr. Nélio Mendonça, passou a ter uma nova área de intervenção – a Reabilitação Cardiorrespiratória – que será amanhã oficialmente apresentada, em cerimónia a decorrer, pelas 11h30, no Hospital Dr. Nélio Mendonça e onde estará presente o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque.

O programa de Reabilitação Cardiorrespiratória (RCR) do Serviço de Medicina Física e Reabilitação assenta na integração do exercício físico em sessões de treino personalizado por profissionais de saúde capacitados.

Neste arranque do projeto, o público-alvo do programa de RCR são os doentes que tiveram enfarte agudo do miocárdio e os doentes com patologia respiratória crónica (COVID longo, DPOC).

A médio prazo serão abertos novos grupos para doentes submetidos a cirurgia de resseção pulmonar, para doentes com outras patologias respiratórias crónicas e para pacientes com insuficiência cardíaca.

O programa é coordenado por médicos fisiatras. Sendo a equipa atualmente constituída por 2 médicos fisiatras, 2 fisioterapeutas e 1 psicólogo.

Este programa tem a duração de 12 semanas, com frequência bi ou trissemanal e com sessões educativas quinzenais que versam temas de interesse para as patologias em causa.

As sessões de treino são realizadas por médicos fisiatras e fisioterapeutas e monitorizadas com oxímetro de pulso e telemetria (nos doentes cardíacos).

Nestas sessões recorrem-se a várias modalidades de exercício físico (aeróbico, força muscular, flexibilidade e equilíbrio) e técnicas de reabilitação para melhorar a capacidade cardiorrespiratória, aumento de força dos principais grupos musculares e melhoria na realização das atividades da vida diária.

Pretende-se assim incentivar a adoção de hábitos de vida saudáveis: controlo de comorbidades, adesão terapêutica, cessação tabágica, controlo do peso, dieta equilibrada e prática regular de exercício físico.

A Reabilitação Cardíaca (RC) é um programa de intervenção multidimensional, de longa duração, que envolve uma avaliação médica, a prescrição de um programa de exercício, a identificação e intervenção sobre os fatores de risco cardiovascular, a educação e aconselhamento do doente.

A RC reduz a mortalidade dos doentes que a frequentam, estando classificada com o maior nível de evidência científica (IA). É por isso considerada uma intervenção gold standard a implementar em todos os doentes, a par da medicação e da alteração dos fatores de risco cardiovascular.

A RC reduz também a hospitalização, melhora a qualidade de vida e permite o retorno mais precoce ao emprego.