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O multiculturalismo

A Calheta tem uma população que ronda os 12000 habitantes. Cerca de 2000 são alunos que frequentam as 10 escolas existentes naquele município. E de entre esses emerge o facto de mais de 300 (!) serem estrangeiros. Número assaz relevante. Só na secundária estão 199 (!).

E, por exemplo, na escola básica do 1º ciclo do Arco, agora muito justamente chamada de Manuel da Silva Leça, em homenagem ao ex-presidente da Câmara, um notável senhor daquela freguesia e daquele concelho, dos 150 estudantes matriculados coexistem 30 com 10 nacionalidades diferentes.

Com inegável mérito os seus professores vêm promovendo o multiculturalismo, trabalhando os educandos de tal forma que todos já falam o português. Pequenos que encontram na escola o local que gostam de estar, aprendendo, divertindo-se e fazendo novos amigos para este período especial da sua juventude, longe de onde são naturais e têm a sua origem.

Isto mostra outra realidade. A opção pela Madeira e pela Calheta por parte de cidadãos de diferentes países que optam por cá viver e trabalhar, (acresce os que serão reformados, sem filhos a viver com eles), explica o surgimento do boom imobiliário que acontece naquele município desde há já algum tempo.

E traz à colação uma outra evidência. O nível das escolas e dos professores, habilitados para os ventos que sopram e prontos para responderem aos desafios que as novas circunstâncias vão sugerindo, designadamente, mostrando plena aptidão para preparar a Madeira do futuro. Professores tão pouco considerados no país e que encontram neste ponto no oceano melhores condições para o exercício da sua nobre e respeitável missão. Bem hajam, eles que são merecedores de todo o nosso carinho e consideração.