Zelensky reclama em Davos rapidez nas decisões para ajudar o país
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, exigiu hoje no Fórum Económico de Davos, na Suíça, "maior celeridade" na tomada de decisões para ajudar a Ucrânia, argumentando que a "tirania avança com maior velocidade do que as democracias".
Zelensky, numa intervenção por videoconferência no Fórum Económico Mundial, que decorre em Davos, na Suíça, deu como exemplo a relutância da Alemanha em autorizar a entrega de tanques "Leopard" ao país.
"A tirania avança com maior velocidade do que as democracias. A mobilização do mundo deve ser mais rápida do que a próxima mobilização militar do nosso inimigo comum", insistiu.
"A Rússia precisou de menos de um segundo para começar a guerra. O mundo precisou de dias para reagir com as primeiras sanções", lamentou, lembrando também os tempos no passado em que o mundo tinha "hesitado" em reagir a ações "sem hesitação" por parte de Moscovo, como a ocupação da Crimeia.
A pressão aumentou nos últimos dias sobre o chanceler alemão, Olaf Scholz, para autorizar rapidamente a entrega à Ucrânia dos poderosos tanques de combate 'Leopard'.
Qualquer envio de material de guerra fabricado na Alemanha tem de receber "luz verde" de Berlim.
Terça-feira, os líderes políticos finlandeses, lituanos, polacos e britânicos pediram novamente uma decisão rápida.
Na sua intervenção em Davos, Scholz, que falou antes de Zelensky, não fez qualquer referência ao assunto numa altura em que faltam dois dias para uma reunião crucial de países ocidentais sobre ajuda à Ucrânia, que se realizará sexta-feira na base militar norte-americana em Ramstein, na Alemanha.
Durante uma sessão de perguntas e respostas no final do discurso, Scholz foi explicitamente questionado sobre o envio dos tanques Leopard para a Ucrânia, mas foi evasivo.
"Não estamos apenas a apoiar a Ucrânia com meios financeiros e ajuda humanitária, mas também com muitas armas", limitou-se a responder Scholz, sem nunca pronunciar a palavra "tanques".
Logo no início do discurso em Davos, Zelensky também pediu um minuto de silêncio pelas vítimas da queda de um helicóptero militar próximo de um infantário em Kiev.
O helicóptero transportava o ministro do Interior ucraniano, Denys Monastyrsky, que morreu no acidente, tal como o vice-ministro e o secretário de Estado.
Segundo os dados mais recentes, no acidente, que está a ser investigado, pelo menos 18 pessoas morreram, incluindo três crianças.
Outras 29 pessoas, incluindo 15 crianças, ficaram feridas.