A Guerra Mundo

Papa contra indiferença diante de ataques à Ucrânia

None

O Papa afirmou hoje que os ataques com mísseis contra um edifício em Dnipro, em que morreram dezenas de pessoas, é um "forte apelo a todas as consciências" e que "não se pode ficar indiferente" diante de tal tragédia.

"Por favor, não se esqueçam de rezar pela Ucrânia martirizada, tão necessitada de proximidade, consolo e sobretudo de paz", declarou Francisco no final da audiência geral, realizada todas as quartas-feiras na sala Paulo VI, no Vaticano.

Francisco recordou, embora sem citar a localidade, que "no passado sábado, um novo ataque com mísseis fez numerosas vítimas civis, entre as quais crianças".

"Expresso a minha dor dilacerante às famílias. As imagens e os testemunhos deste trágico episódio são um forte apelo a todas as consciências. Não se pode ficar indiferente", acrescentou.

A Polícia Nacional da Ucrânia anunciou que no sábado 44 pessoas morreram, entre as quais quatro crianças, num ataque com um míssil russo Kh-22 a um edifício residencial em Dnipro, no sudeste da Ucrânia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.031 civis mortos e 11.327 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.