Casa Branca rejeita críticas a informação limitada sobre registos confidenciais de Biden
A Casa Branca rejeitou hoje as críticas às revelações fragmentadas sobre a descoberta de documentos confidenciais na residência e no antigo escritório do Presidente, Joe Biden, argumentando que pode reter informações para proteger a investigação do Departamento de Justiça.
Ian Sams, um porta-voz do escritório de advocacia da Casa Branca, disse a jornalistas que a Presidência norte-americana estava a divulgar informações que considerava "apropriadas".
Respondendo às críticas tecidas às divulgações fragmentadas, Sams disse que a Casa Branca está atenta ao "risco" de compartilhar informações "que não estão completas".
"Estamos a esforçar-nos para ser tão transparentes e informativos para todos vocês, na imprensa, e para o público o quanto possível, respeitando a integridade de uma investigação em andamento no Departamento de Justiça", disse.
A descoberta de documentos confidenciais, datados da vice-presidência de Biden (2009-2017), complica uma investigação federal sobre o ex-presidente Donald Trump, que, segundo o Departamento de Justiça, levou consigo centenas de registos marcados como confidenciais ao deixar a Casa Branca no início de 2021 e resistiu durante meses aos pedidos para devolvê-los ao Arquivo do país.
Embora os dois casos sejam diferentes - Biden, por exemplo, entregou voluntariamente os documentos encontrados - ainda se tornou uma dor de cabeça política para um Presidente que prometeu uma rutura total com as operações e métodos do Governo de Trump.
No sábado, a Casa Branca divulgou que os advogados de Biden encontraram documentos confidenciais e registos oficiais em quatro ocasiões distintas - em 02 de novembro nos escritórios do Penn Biden Center em Washington, em 20 de dezembro na garagem da casa do presidente em Wilmington, Delaware, e em 11 e 12 de novembro na biblioteca da residência do chefe de Estado.
Antes desta descoberta adicional de documentos, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que os norte-americanos poderiam presumir que a investigação havia sido concluída.
Na terça-feira, Karine Jean-Pierre encaminhou questões ao Departamento de Justiça e ao gabinete de advocacia da Casa Branca sobre a existência de mais documentos e se eles seriam divulgados se descobertos.
"O Presidente e sua equipa agiram corretamente", disse ela sobre a entrega dos documentos após serem descobertos.
Após a divulgação inicial, o Presidente disse que foi "informado sobre essa descoberta" e que ficou "surpreendido ao saber que existem registos do Governo que foram levados para aquele escritório".
O Democrata acrescentou que leva muito a sério o manuseio de documentos sigilosos.
Na semana passada, o procurador-geral norte-americano, Merrick Garland, nomeou Robert Hur, ex-procurador de Maryland, para servir como procurador especial para supervisionar a investigação do Departamento de Justiça sobre os documentos.
Entre as perguntas ainda não respondidas pela Casa Branca ou pelos advogados particulares de Biden estão a quantidade exata de documentos encontrados; se existem outros documentos por encontrar; o que continham os documentos encontrados; e por que motivo o público não foi informado logo que os registos foram encontrados.
Sams encaminhou essas questões ao Departamento de Justiça, insistindo que nem a Casa Branca nem os advogados pessoais de Biden estão cientes do conteúdo dos documentos.