Scholz e Biden abordaram apoio a Kiev antes da reunião em Ramstein
O chanceler alemão, Olaf Scholz, discutiu hoje com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o apoio à Ucrânia, uma conversa que antecede a reunião ministerial na base aérea dos Estados Unidos em Ramstein, na Alemanha.
Fontes da diplomacia alemã revelaram a conversa, onde ambos os líderes concordaram com a necessidade de apoiar Kiev "continuamente e em estreita colaboração", noticiou a agência Efe.
Esta questão será um dos temas da reunião do Grupo de Contacto de Defesa da Ucrânia, que se realiza na sexta-feira, na base aérea dos Estados Unidos em Ramstein, na Alemanha.
Estarão presentes os chefes de Defesa dos EUA, Alemanha e outros aliados ocidentais da Ucrânia, bem como o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
Do lado alemão estará o novo ministro da Defesa, Boris Pistorius, nomeado esta terça-feira por Scholz, após a demissão na segunda-feira da sua antecessora, Christine Lambrecht, fortemente criticada pela sua gestão.
Pistorius é um político "experiente", que trará "a força e a calma necessárias nestes tempos" para a tarefa de modernizar as forças armadas alemãs, destacou Scholz, em reação à nomeação.
A Defesa é um ministério "chave" para responder à "agressão russa contra a Ucrânia", apontou, por outro lado, o novo ministro alemão, que deverá tomar posse em 19 de janeiro perante o Bundestag (Parlamento federal).
Poucos dias depois do início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado, o próprio Scholz anunciou perante o Bundestag um pacote de investimentos de 100.000 milhões de euros para atualizar o Exército alemão, após décadas de cortes orçamentais.
Ao mesmo tempo, anunciou o início do fornecimento de armas à Ucrânia, que quebrou a linha mantida pelos sucessivos governos federais alemães de não enviar armas para regiões em conflito.
A Alemanha já enviou vários materiais militares para a Ucrânia, incluindo carros de defesa blindados Gepard, prometeu enviar tanques Marder e esta segunda-feira começou com a transferência de três baterias do sistema de defesa antiaérea Patriot para a Polónia.
Atualmente, está a ser discutido o possível envio de carros de combate blindados do tipo Leopard que a Ucrânia solicita e para o qual Berlim tem sido pressionado por vários aliados.
Até agora, a Alemanha quis enquadrar o envio de armas em soluções conjuntas com outros aliados, principalmente os EUA, e é de se esperar que desta vez o mesmo aconteça.
Além da missão de modernização do Exército, Pistorius terá que organizar a retirada das tropas alemãs da missão no Mali, que deve começar em maio de 2024.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.031 civis mortos e 11.327 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.