Rússia anuncia mais sanções a representantes da UE e Estados-membros
A Rússia alargou a lista de representantes das instituições da União Europeia (UE) e dos seus Estados-membros proibidos de entrar em território russo, em resposta a "ações inamistosas" contra o país, anunciou hoje Moscovo, sem revelar nomes.
"Em resposta às ações inamistosas, a lista de representantes das instituições europeias e dos Estados-membros da UE" que estão proibidos de entrar na Rússia foi alargada, comunicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
A diplomacia russa revelou, em comunicado, sem dar nomes, que é visada "a liderança dos organismos encarregados da aplicação da lei dos países da UE envolvidos na preparação das Forças Armadas da Ucrânia como parte da missão europeia de prestar assistência militar à Ucrânia".
Incluídas na lista passam a estar também instituições europeias e estruturas comerciais comunitárias "que produzem e fornecem armas e equipamento militar" a Kiev e "cidadãos de Estados da UE que se dedicaram de forma sistemática à retórica antirrussa".
A indicação mais precisa no comunicado do ministério russo é a de que as restrições também se "aplicam a membros do Parlamento Europeu".
Moscovo afirma que "a UE continua a tentar pressionar a Rússia através de restrições unilaterais", referindo-se aos vários pacotes de sanções adotados pelos 27 do bloco europeu.
"Consideramos tais ações da UE ilegítimas e entendemos que violam prerrogativas legais internacionais do Conselho de Segurança da ONU", sustentou Moscovo.
O Governo russo considera que o Parlamento Europeu "também persegue uma linha agressiva antirrussa" tendo adotado em novembro uma resolução reconhecendo a Rússia como Estado patrocinador do terrorismo.
"Mais uma vez foram demonstrados os duplos padrões da comunidade política ocidental, que desde 2014 fechou os olhos às mortes dos residentes do Donbass [leste ucraniano] pelas forças de segurança de Kiev", disse ainda o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com apoio militar, financeiro e humanitário a Kiev e a imposição a Moscovo de sanções políticas e económicas sem precedentes.
A guerra causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, segundo os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.031 civis mortos e 11.327 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.