Vãs são as glórias do mundo
Peço respeito pelo meu direito a ter opinião, da mesma forma que respeito quem dela possa discordar.
Não teço comentários aleatoriamente, nem baseados em cenários fictícios, mas sustentados em indícios concretos. Daí que não há machado que corte a liberdade à fala e à escrita.
O meu ego não se alimenta de gostos nas caixas de correio das redes sociais e a minha consciência tranquila é o meu melhor travesseiro.
Lamento, não por mim, mas pelos que me fazem chegar de forma particular/privada que se revêem no que costumo escrever, porque têm receio de fazê-lo publicamente. Vigora um temor reverencial, castrador do uso da liberdade de expressão por inteiro, vá-se lá saber porquê...
O livre pensamento tem de poder concretizar-se em palavras. Não é livre o pensamento que não se pode propagar. Estará doente a Democracia?
Já tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas isso não me impede de continuar a crescer... Eu não sorrio o tempo todo, não sou 100% realizada. Eu vivo em constante processo de construção.
Gosto de olhar olhos nos olhos, descodificar sorrisos, silêncios ou ruídos. Não me arrependo de tê-lo feito sempre, mesmo provando o trago amargo da decepção. Aprendi à custa disso que nem tudo o que parece é, ou foi e nunca será, provavelmente.
Paralelamente há outra tanta gente boa, gente que se dá sem reservas, sem ânsia de momentos de protagonismo bacoco; gente anónima que ajuda sem disso fazer alarde. Que não espera dividendos. Gente sem máscara. Porque não precisa. Gente que faz a diferença.
Nestes dias em que a mentira vale mais que cem verdades, a indiferença e a crueldade passaram a ocupar o lugar do humanismo, travestidas de opas de bondade. O cinismo assumiu a forma de batom em muitos sorrisos (?).A palavra dada já não é palavra honrada. Mente à descarada quem devia primar pela verdade. Crianças, velhos e bêbados terão um compromisso maior com a verdade do que certas personalidades que, jurando por lealdade e por sua honra cumprir os compromissos assumidos, depressa esquecem o juramento feito publicamente.
No sec. XXI,o dinheiro, a ascenção social, as negociatas políticas, o tráfico de influências, a falta de escrúpulos, a corrupção generalizada são “o pão nosso de cada dia”,fazendo com que milhares comam “o pão que o diabo amassou”.
Prefiro incomodar com a verdade do que agradar com a mentira e, se não gostam do que escrevo, imaginem se soubessem o que penso. Não digo tudo o que penso, mas penso tudo o que digo.
Não há barreira, fechadura ou ferrolho que possa impedir a liberdade da minha mente. Não embarco em histerismos laudatórios a quem, paulatinamente, vai tirando ou permitindo que nos tirem direitos consagrados na lei, oferendo-nos migalhas, em jeito de prémio de consolação.
O valor das pessoas não depende do papel que desempenham, do sucesso que têm ou do trabalho que fazem. (Papa Francisco) Essas são as vãs glórias mundanas. Que alimentam egos e fazem fortunas. Mas não deixam rasto.
Aproveito para agradecer publicamente ao D.N a oportunidade de poder partilhar a minha opinião, que só a mim diz respeito e responsabiliza.
Madalena Castro