"É um assunto requentado e não tem actualidade política", afirmou Sérgio Marques, no programa 'Ordem da Dia' da RTP-Madeira, quando questionado sobre as declarações que fez ao DN-Lisboa em que denunciou pressões de grupos económicos sobre o Governo Regional que, entre outras coisas, levaram ao seu afastamento.

O deputado do PSD-M garante que vai à Assembleia Legislativa da Madeira se a comissão de inquérito, requerida pelo PS-M, assim entender.

Sérgio Marques voltou a dizer que as declarações foram feitas há 2 meses, no âmbito de uma reportagem do DN-Lisboa. "Tive o cuidado de estabelecer que muitas declarações seriam em 'off'", afirmou o deputado - o jornal já garantiu que respeitou todas as boas práticas do jornalismo nesta reportagem - que "nem sabia se seria citado".

"O que está escrito foi o que disse, mas não é novidade", diz o deputado do PSD-M que recorda o que afirmou nas eleições internas do PSD, em finais de 2014 e em 2017, quando saiu do Governo Regional.

Sobre a relação entre o poder político e económico na Região, afirmou que os "grandes grupos económicos são fundamentais" e que o que tem de haver é "equilíbrio".

Questionado directamente sobre se terá sido afastado do governo por pressões de grupos económicos, não foi directo. "Tenho as minhas convicções e partilhei-as na altura adequada", afirmou.

Sérgio Marques também fez questão de deixar claro que quando se referiu a "obras inventadas", estava a falar de "obras que não eram prioritárias".

No programa da RTP-Madeira também participa Miguel Iglésias, deputado do PS que começou por destacar a "honestidade" de Sérgio Marques que afirmou o que "o PS tem dito nos últimos anos".

O deputado socialistas defende uma investigação profunda à relação entre o poder político e económico na Região  e destacou o acordo "extra-judicial"  estabelecido entre o Governo Regional e o Grupo AFA, de 55 milhões que Sérgio Marques assegurou que foi transparente.

No programa 'Ponto de Ordem' também foi abordada a notícia do Correio da Manhã sobre o inquérito às câmaras socialistas da Madeira e que envolve Paulo Cafôfo. Sérgio Marques entende que as questões devem ser esclarecidas e que as consequências políticas competem "a cada um". Miguel Iglésias lembrou que este processo não tem "nada de novo" mas que deve ser concluído para defender "o bom nome" das pessoas.