Artigos

Que rumo?

Estamos colocados na cauda da Europa no que toca ao PIB. E em vias de ser ultrapassados por países como a Roménia que entraram bem mais tarde do que nós na União. Invariavelmente encolhemos os ombros.

Durante o governo de Passos Coelho a minha geração “Jota” estava no executivo. Ministros eram sete, creio. De cada vez que me encontrava com algum deles dissimuladamente perguntava o que achavam que deveria ser Portugal no futuro. As respostas surgiam diferenciadas. Não percorri a lista, mas cedo conclui que o que percecionava estava provado.

Portugal não cresce, ou cresce pouco, atravessando e responsabilizando vários tipos de governo. Uns mais do que outros. E sempre achei que a questão original ou primeira nunca era devidamente valorizada aquando da procura de explicações para o nosso fracasso.

Para além da produtividade, da competitividade fiscal, entre outros indicadores económicos fundamentais e da boa utilização de fundos (como o PRR), seria importante definir o que gostaríamos de ser. Que apostas poderiam acontecer e que orientação e conselhos deveriam ser sugeridos às empresas e à juventude para alcançar esse desiderato, para tal sendo canalizados e majorados recursos, fundos e apoios.

Com esse esforço colectivo procurando o mesmo objectivo mais depressa e eficientemente poderíamos almejar ser uma nação como as outras que, na União Europeia, crescem e proporcionam rendimentos aos seus cidadãos que distam de forma acentuada dos que auferem os portugueses. Porque a única coisa que, por ora, é igual na UE é o Euro (para quase todos). Por culpa própria. Do país e de quem (não) determina o seu destino.