Madeira

Aumento do valor da banana "nada representa como melhoramento do rendimento dos bananicultores"

A crítica é da Associação Cartilha Madeirense

None

Constituída em 2017, esta associação sem fins lucrativos visa a defesa dos produtores do sector primário da Madeira

A Associação Cartilha Madeirense veio hoje a público criticar as recentes declarações da GESBA e da Secretaria Regional da Agricultura, que davam conta de um aumento do valor do pagamento da banana, assim como novas “facilidades” ou opções de entrega de banana nos seus armazéns pelos produtores. Para esta associação "nada mais falacioso e hipócrita podia anunciar" a tutela.

"Esses anunciados valores nada representam como melhoramento do rendimento dos bananicultores. Esses “aumentos” não são mais do que uma mera correcção em função da pressão inflacionária dos mercados", argumenta a 'Cartilha Madeirense' em comunicado remetido às redacções.

"A GESBA está a vender a banana mais cara. Ajustou-se à tendência inflacionária, nada mais! Assim aproveita para aumentar o valor-quilo dilatando substancialmente o seu benefício líquido. Entretanto os mercados consumidores continuam a suportar todos estes sobrecustos do sector primário", expõe a mesma nota.

Por outro lado, "o produtor de banana da Madeira não vê ajustado o valor de venda na proporção correcta, se considerarmos os actuais custos e sobrecustos de exploração", observa a associação, lembrando que "os custos com mão-de-obra, adubos e equipamentos sofreram aumentos muito significativos e quase todos acima dos índices de inflação".

"Assim, e nos valores e forma como apresentam esse 'aumento' de pagamentos, nada de novo, é pura bazófia", conclui.

Para a 'Cartilha Madeirense' aumentar o valor do pagamento da entrega directa nos seus armazéns pelo produtor da banana "é insultuoso", já que "os custos com viaturas, combustível, manutenção e mão-de-obra revertem para o produtor em troca de uns vergonhosos centavos de aumento".

"A administração da Gesba usa e abusa de premissas selvagens de um capitalismo abjeto e infame. Têm esses dirigentes e a sua organização o desplante de tentar transferir esses encargos para o produtor. Tal é vergonhoso e inaceitável", sublinha a mesma nota.

A associação aponta ainda que "a Comunidade Europeia não disponibiliza apoios para o Governo Regional obrigar o produtor a entregar a banana ao monopólio da GESBA. Esses ‘dinheiros’ disponibilizados pela Comunidade Europeia correspondem a cada quilo de banana produzida e não por cada quilo de banana entregue à monopolista GESBA da banana. Que se saiba, esta é uma distorção das regras do mercado única em toda a Comunidade Europeia. O agricultor produtor de Banana da Madeira não pode ser penalizado por esta deficiente e desadequada legislação", sustenta.