Polícia busca três suspeitos de incentivar actos violentos em Brasília
A polícia brasileira realizou hoje uma operação para prender três suspeitos de liderar e organizar ações golpistas desde a vitória de Lula da Silva nas eleições de outubro, incluindo invasões de edifícios públicos em Brasília em 08 de janeiro.
Um dos suspeitos já foi preso, enquanto os outros dois continuam a ser procurados para serem capturados, segundo fontes da Polícia Federal.
A investigação aponta os três investigados como supostos responsáveis ??pelo bloqueio de vias no município de Campos dos Goytacazes, interior do Rio de Janeiro, nos dias seguintes às eleições de 30 de outubro.
Suspeita-se também que estes elementos organizaram manifestações em frente ao quartel-general do Exército em Campos dos Goytacazes exigindo uma intervenção militar para devolver Jair Bolsonaro, apoiado pela extrema-direita brasileira, ao poder.
A polícia também coloca esses três indivíduos, cujas identidades não foram divulgadas, entre os possíveis financiadores dos ataques realizados por milhares de 'bolsonaristas' em Brasília.
Em 08 de janeiro, uma horda de apoiantes de Bolsonaro, que deixou o poder em 01 de janeiro, quando Luiz Inácio Lula da Silva lhe sucedeu, invadiu e causou sérios danos à sede do Congresso, da Presidência e do Supremo Tribunal Federal (STF) por quatro horas, com a intenção de derrubar o novo Governo.
"Durante a investigação, foi possível colher provas capazes de vincular os investigados à organização e liderança dessas ações contra o Estado Democrático de Direito", informou a Polícia Federal em nota.
Cerca de 1.800 pessoas já foram presas pela agressão ao poder, das quais cerca de um terço foram libertadas por "motivos humanitários" e responderão a um possível processo judicial em liberdade.
As autoridades agora tentam identificar e prender os possíveis mandantes, instigadores e financiadores da invasão violenta das instituições, bem como investigar o possível conluio dos comandantes da polícia em Brasília.
Na sexta-feira, o Supremo Tribunal Federal incluiu Bolsonaro, que está atualmente nos Estados Unidos, na lista dos investigados por supostamente incitar seus seguidores mais radicais a atacar as sedes dos três poderes.
O STF também determinou a prisão do ex-secretário de Segurança de Brasília Anderson Torres, que foi ministro da Justiça de Bolsonaro, pela sua suposta omissão em deter os ataques de 08 de janeiro.