Ano novo, velhos problemas Droga, velhas e novas substâncias
Determinadas medidas legislativas só podem ser tomadas na Assembleia da República
O tema está na agenda do dia perante situações que escalaram na nossa pequena ilha, protagonizadas por meia dúzia de indivíduos que aterrorizam as ruas da cidade.
A “droga” sejam substâncias cujo tratamento jurídico acarreta a prática de crime, sejam substâncias cujo tratamento jurídico acarreta a prática de contraordenação, sejam substâncias sem tratamento jurídico, todas matam. Matam o futuro dos que enterram a vida no vício e cujos beneficiários (os únicos beneficiários) são os traficantes.
Atrás da droga está a criminalidade contra o património. Fazem tudo, até vender o corpo se necessário. Ninguém fica indiferente sobretudo se forem jovens, mas o problema não tem idade, nem género.
A “droga” não é um problema exclusivo do Funchal. Podem fazer muitas peças de televisão com relatos de quem se perdeu no vício mas este é um problema nacional, independentemente do tipo de substâncias em circulação.
Não percamos o foco. Este é um problema à escala global e determinadas medidas legislativas só podem ser tomadas na Assembleia da República.
As medidas governamentais e municipais são imprescindíveis na resolução destas realidades sobretudo ao nível da reabilitação e reintegração social.
A boa vontade dos movimentos associativos que trabalham nas ruas para assegurar comida tem sido comum nas cidades que vivem este problema. Com muito voluntariado, que se deve reconhecer e louvar, e sem esquecer o importante trabalho de técnicos na proximidade, ainda que num ambiente difícil.
Os inúmeros fóruns de análise e discussão deste tema têm gerado medidas diversas para as diferentes entidades competentes. A criação da Task force pelo Governo Regional através da Secretaria Regional da Saúde e Protecção Civil, e com a imprescindível cooperação de diversas entidades, permite congregar as medidas que se impõe no quadro atual.
A RAM contará com uma Comunidade Terapêutica que tem na génese a iniciativa do movimento associativo, e que em comunhão de esforços com os atuais intervenientes, será mais um importante contributo nesta luta.
Ficam 2 apelos para o novo ano, com velhos problemas:
1. Às famílias: não desistam. A pior solução é tornar “sem abrigo” os filhos, irmãos, tios, sobrinhos ou outro parentesco. Só somam problemas e o retorno da vida perdida na droga será muito mais doloroso.
2. Para os que vencem o desafio de um processo de reabilitação, na RAM ou fora da RAM: sejam determinados para não cair na armadilha da recaída.
A ilha é pequena mas a pressão dos que ganharam dinheiro com a vossa desgraça é grande. Sejam Valentes. Agarrem a VIDA.