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Congressista Republicano de origem brasileira sob pressão para se demitir nos EUA

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Foto EPA/WILL OLIVER

A pressão pela renúncia do Republicano de origem brasileira George Santos do cargo de congressista norte-americano aumenta diariamente, mesmo dentro do seu próprio partido, mas a sua sobrevivência política é do interesse do novo líder do Congresso.

Depois de ter ficado evidente que George Santos mentiu aos seus eleitores em várias frentes - desde falsos empregos em instituições financeiras de prestígio, passando por um falso diplomata universitário, até sobre as suas origens familiares - os procuradores de Long Island, no Estado de Nova Iorque, iniciaram uma investigação ao Republicano.

Apesar das crescentes dúvidas sobre a sua aptidão para ocupar o cargo - que alcançou nas eleições intercalares de novembro último - e dos muitos pedidos de renúncia da oposição e até de Republicanos, George Santos têm-se mostrado relutante em renunciar ao cargo.

Contudo, nesta quinta-feira, e pela primeira vez, Santos colocou uma condição para abandonar o cargo de congressista.

Perseguido por jornalistas nos corredores do Congresso norte-americano, George Santos afirmou: "Se 142 pessoas me pedirem para renunciar, eu renunciarei".

Embora não tenha esclarecido o que significa esse número, o mesmo corresponde a dois terços do número de Congressistas do Partido Republicano, que com 222 cadeiras tem maioria garantida na Câmara de Representantes.

Santos está assim sob crescente pressão, até mesmo dentro do seu próprio partido, com o Comité Republicano de Nova Iorque a exigir a sua renúncia imediata.

"As suas mentiras não eram meras mentiras. Ele desgraçou a Câmara de Representantes", disse Joseph Cairo, presidente do Comité Republicano do Condado de Nassau, em conferência de imprensa.

No início desta semana, também o Campaign Legal Center - um grupo apartidário de vigilância governamental sem fins lucrativos - apresentou uma queixa à Comissão Eleitoral Federal e pediu aos reguladores que investiguem Santos. 

A "montanha de mentiras" que Santos propagou durante a campanha, sobre a sua história de vida e qualificações, disse o Campaign Legal Center, deveria levar a comissão a "investigar minuciosamente o que parecem ser mentiras igualmente descaradas sobre como a sua campanha arrecadou e gastou dinheiro".

Apesar de não faltarem vozes a pedir que Santos renuncie, a elas não se deverá juntar a do novo líder da Câmara de Representantes, o Republicano Kevin McCarthy, que tem no novo congressista um aliado que lhe equilibrará as contas da sua exígua maioria na Câmara baixa.

Os Republicanos detêm a menor maioria na Câmara de Representantes em mais de 90 anos e, segundo a cadeia televisiva norte-americana CNN, McCarthy não pode contar com muitos desses Republicanos, uma vez que um número significativo se negou a nomeá-lo como 'speaker'. 

Apesar de acossado, George Santos é um voto certo com o qual McCarthy pode contar e que poderá não estar disposto a perder.