Tributo a António Variações levou milhares a Santa Cruz
O segundo dia alusivo às festividades de Santo Amaro, em Santa Cruz, conta com uma grande adesão por parte de madeirenses e alguns turistas, que não perderam de vista a actuação da banda de tributo a António Variações. Um evento que, de resto, “promete” até domingo para Filipe Sousa, não só pela componente profana, mas também religiosa.
“Tenho verificado desde há alguns dias que este ano promete. Acho que tem a ver com os dois anos de confinamento que nós vivemos. É o primeiro arraial madeirense, no arranque de cada ano, e estamos aqui a dar um pouco o ar da nossa graça”, começou por indicar o presidente do Município, que guarda “recordações de há muitos anos” desta festa.
O autarca lembra que o Santo Amaro “mantém sempre aquela parte profana”, sobretudo com o leque de artistas convidados, mas não só. A feira etnográfica desenvolvida na sede concelho também serve de chamariz, bem como a parte religiosa que se inicia amanhã, com a procissão, agendada para as 20 horas.
Em declarações ao canal ‘Na Minha Terra’, Filipe Sousa também falou sobre as iluminações de Natal, que se apagam no domingo, dia 15 de Janeiro, com o varrer dos armários. O concelho foi mesmo o primeiro a acender as luzes para a ‘Festa’ e será o último a desligar o interruptor. E para o próximo ano haverá novidades, desde logo com a data.
“Será a 25 de Novembro e estamos já a trabalhar no projecto”, adiantou o edil santa-cruzense, acrescentando que visitou “algumas localidades” no país e no estrangeiro “para beber” algumas ideias e aplica-las nas cinco freguesias.
Cada um de nós tem ambição e quando trabalhamos com coração queremos mais e melhor. Nós iniciámos o primeiro Natal, em 2013, e não tínhamos lâmpadas nem dinheiro para investir. Veja hoje o que temos. É um orgulho que eu sinto. Filipe Sousa
Ombreava com outros grandes arraiais
Há muita gente, inclusivamente pessoas de Santa Cruz, que pensam que o Santo Amaro é o santo padroeiro, mas não é. Trata-se de São Salvador e a efeméride é celebrada no dia 1 de Janeiro.
Ainda assim, “a festa mais rija e mais tradicional é Santo Amaro”, elucidou o historiador Emanuel Gaspar, recuperando o facto de que nos inícios do século XVI construiu-se uma pequena capela dedicada a Santo Amaro, “o santo protector das aluviões, das águas tumultuosas e do mar revolto”.
A festa “foi perdurando ao longo dos séculos e tornou-se nesta grande festividade”, sendo que o também director da Casa da Cultura de Santa Cruz “encontrou alguns documentos”, no DIÁRIO, de que esta festa “ombreava”, em tempos, com o arraial do Bom Jesus, na Ponta Delgada, ou com o senhor dos Milagres, em Machico.
“Vinham romeiros de toda a ilha à festa de Santo Amaro, em Santa Cruz. É uma festa de devoção para a ilha toda. Decaiu um pouco, em meados do século XX, mas está a ressurgir”, sublinhou.