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PSD rejeita fragilização com saída de 'vice' e afasta comparação com outros casos

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Foto Tiago Petinga / Lusa

O líder parlamentar do PSD rejeitou hoje que a renúncia de Pinto Moreira aos cargos na bancada fragilizem o partido, afastando comparações com outros casos, e disse que a decisão foi tomada na quinta-feira após uma avaliação política "amadurecida".

Em declarações aos jornalistas no parlamento, Joaquim Miranda Sarmento saudou a atitude do deputado que, "por uma questão de seriedade e de ética", decidiu renunciar ao cargo de vice-presidente da bancada e de presidente da Comissão de Revisão Constitucional, depois de ter sido alvo de buscas no âmbito da Operação Vórtex, na terça-feira.

"Tirámos ilações sobre o facto de o deputado Pinto Moreira ter sido investigado, ter tido o computador e o telefone apreendido e entendemos que, politicamente, neste momento ele não tinha condições para ser vice-presidente da bancada e presidir à comissão de revisão constitucional", disse.

O líder parlamentar do PSD explicou que a decisão foi articulada "a três" entre si, o presidente do PSD e o deputado durante o dia de quinta-feira, tendo sido decidido que Luís Montenegro aproveitaria a entrevista à SIC já previamente agendada para a tornar pública.

Questionado sobre o que mudou entre quarta-feira de manhã -- quando Pinto Moreira disse que iria aguardar uma eventual constituição como arguido e os seus termos para tirar ilações -, Miranda Sarmento respondeu que nada se alterou.

"Não mudou nada, decidimos fazer essa avaliação e de forma mais amadurecida tomar uma decisão e não tomar uma decisão logo a correr", justificou.

Já à pergunta se este caso fragiliza a bancada no PSD, numa altura em que tem criticado o Governo pela sucessão de casos, o líder parlamentar social-democrata rejeitou categoricamente esta visão.

"Não fica minimamente fragilizado porque os casos não são comparáveis, o deputado Pinto Moreira não foi acusado nem indiciado de nada. Foi apenas investigado, não há qualquer comparação nem sequer com o autarca de Espinho que está detido. Não vale misturar os casos e achar que é tudo igual", disse.

Miranda Sarmento esclareceu ainda que não irá substituir Pinto Moreira, para já, na vice-presidência da bancada e assumirá ele próprio as funções de coordenação geral sobre a Comissão de Defesa.

"Quanto à presidência da revisão constitucional, já falei com o presidente do partido, e nos próximos dias iremos escolher outro membro do PSD", disse.