Bloco de Esquerda Madeira preocupado com a crescente subida de preços
O Bloco de Esquerda Madeira está preocupado com a crescente subida de preços em mais este início de ano, que começa de forma dramática para milhares de famílias madeirenses e porto-santenses. "Sabemos que há fome na Madeira, que há crianças que só na escola têm uma refeição completa e isto mesmo tem-nos sido dito em diversos contactos que temos mantido com a população", diz o partido em nota de imprensa.
E continua: "Temos a subida brutal das taxas de juro, e consequente aumento das prestações mensais do crédito habitação, fruto de políticas do BCE fortemente penalizadoras para a economia. E como se não bastasse, voltam a subir os preços de bens essenciais, da alimentação, da água e energia, depois de um ano em que a inflação atingiu valores recorde de há 30 anos. Numa região com tão elevada taxa de risco de pobreza, estes dois factores são de extrema preocupação para a realidade presente das famílias e resultam num cada vez maior e mais abrangente empobrecimento da população".
"E o que tem o Governo Regional preparado para acudir à sua população, àqueles para quem governa e que tem o dever de auxiliar? Que medidas consagrou no orçamento da região para fazer face a esta dura e exigente realidade das famílias madeirenses e porto-santenses?", questionam, dizendo, desde logo, que "muito pouco. Isto apesar de ter obtido uma receita orçamental extra, proveniente desta mesma inflação, superior a 80 milhões de euros.
O Bloco de Esquerda considera que as prioridades deste Governo PSD-CDS estão totalmente erradas - são até obscenos numa altura tão difícil como esta - e continuam assentes num modelo de desenvolvimento caduco, que privilegia o betão, a construção, independentemente da avaliação da sua efectiva necessidade para a melhoria da qualidade de vida da população. O Governo vive no universo das promessas e da propaganda, em anúncios de milhões de euros derramados na economia, mas que só chegam aos mesmo de sempre, prontamente anunciados em grandes títulos de jornais, e onde não faltam na fotografia os construtores do regime.
"As pessoas precisam de acções concretas e o Bloco de Esquerda tem defendido a apresentado várias propostas que entende fundamentais para ajudar as famílias a atravessar este momento de grandes dificuldades. Desde logo, o controlo de preços dos bens essenciais, que subiram de forma especulativa e que resultaram em milhões de euros de lucros para a grande distribuição e na fome para muitas famílias do nosso arquipélago".
Entende o BE-M que redução dos escalões do IVA e o aumento dos salários e das pensões afigura-se também imperativo, mas, mais uma vez, o Governo PSD-CDS cumpre os serviços mínimos e não utiliza os instrumentos que a autonomia lhe confere. Os Açores sobem o salário mínimo 5% acima do que é definido a nível nacional. A Madeira, que teve o melhor ano económico de sempre, limita-se a 3,29%, muito abaixo da inflação prevista.
O Governo Regional tem competência para baixar o IVA da electricidade, como o BE-M já sugeriu, mas opta por não o fazer, ao mesmo tempo que a empresa pública ARM (Águas e Resíduos da Madeira) aumenta os preços da água e dos resíduos.
"Tudo isto são opções políticas do PSD Madeira, a que nos opomos. Existe alternativa a este tipo de políticas, e só com uma verdadeira esquerda, forte, que valoriza quem trabalha e que defende quem aqui vive dos interesses especulativos do capitalismo, será possível traçar um caminho diferente para a nossa população", concluem os bloquista.