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Querido Mudei a Casa

A alusão ao programa da TVI tem a ver com a decomposição permanente do governo maioritário de António Costa. É rara a semana em que não aconteça uma demissão e, naturalmente, uma nomeação. Empossado há cerca de dez meses, Costa já contabiliza 11 demissões. Ou seja, a “casa” está sempre em ebulição. Ou em mudanças ou arrumações. Mas o mais certo, com expulsões.

A maioria dada a António Costa, criou-lhe prepotência e arrogância tanta que para qualquer mal, o primeiro-ministro acha que tem sempre a solução à mão. Normalmente são soluções irresponsáveis. Nunca se sabe como faz as nomeações, não escrutina os escolhidos - bastava ir ao Google - nunca assume a responsabilidade e quando a coisa sai mal, a culpa é sempre dos outros, ou seja, descentraliza as responsabilidades. “Habituem-se”!

São trapalhadas atrás de trapalhadas.

Esta atitude altaneira pode ser-lhe fatal, fragiliza a política e os políticos e retira o rigor à práxis política.

Os casos e casinhos com que este governo nos tem brindado, quase todos por ligações perigosas ao Mundo das ilegalidades, torna Portugal num caso de estudo e certamente de gozo internacional. O que está a acontecer ultrapassa o ridículo.

A todas as polémicas António Costa cruza os braços, faz de conta que não é com ele e deixa o tempo correr.

Vai tapando os buracos com a “massa” do próprio aparelho partidário. Repare-se no caso da demissão de Pedro Nuno Santos (PNS). O elemento do governo da ala mais à esquerda, foi substituído por um par da mesma ala e da confiança do ex-ministro das Infraestruturas. São sucessores do mesmo exército, do mesmo grupo de amigos e com a mesma lealdade esquerdista. Ou seja, Costa baralha e dá de novo, tentando passar por entre os pingos da chuva. E porquê? Porque esta solução garante-lhe o silêncio crítico de PNS. Esperteza saloia!

E as explicações? E as responsabilidades sobre a falta de controlo nos casos que têm vindo a público? Nada!! É tudo varrido para debaixo do tapete e quando surge um novo caso, o anterior passa para o esquecimento. Tem sido assim nos últimos sete anos, desde que António Costa é primeiro-ministro. Foram os problemas com os incêndios onde 114 pessoas perderam a vida. Foi o roubo do material militar em Tancos. O Infarmed. Crianças com problemas oncológicos tratadas nos corredores. A TAP, a EFACEC, etc, etc. São tantos os casos que numa democracia adulta, este primeiro-ministro há muito que teria deixado o cargo.

Por muito menos, o antigo presidente da República, Jorge Sampaio, deitou abaixo um governo maioritário PSD/CDS, liderado por Pedro Santana Lopes. Bastou um artigo de opinião nos jornais, de um outro ex presidente da República, Cavaco Silva, para que isso tivesse acontecido.

O País e os Portugueses não estão em condições para eleições antecipadas, mas exige-se a Marcelo Rebelo de Sousa, uma posição clara e firme, alertando permanentemente para o rigor da boa governação e da ética Republicana.