Boa Noite

Alucinações

A propensão para o ridículo, encabeçada pela pequenez ressabiada, é inimiga da democracia

Boa noite!

Enquanto por cá uns alucinados dissertam sobre uma alegada perversidade dos apoios devidos à comunicação social, o Diário da República divulga a  Resolução da Assembleia da República n.º 2/2023  que recomenda ao Governo que publique com urgência o despacho que define os montantes dos apoios a atribuir no quadro do regime de incentivos à comunicação social de âmbito regional e local.

O despacho é  indispensável para a execução dos apoios do Estado de 2022 de modo a que as publicações periódicas consigam escapar ao sufoco ditado pelas crises e pelos crescentes aumentes dos custos de produção, nuances que escapam a alguns iletrados da ilha, os mesmos que julgam que o cargo parlamentar lhe dá competências que manifestam não ter.

Isto no mesmo dia em que a Associação de Rádios de Inspiração Cristão lamenta que o Estado demonstre dificuldade em respeitar a lei, citando um estudo do regulador que dá conta que, em 2021, os meios regionais e locais não receberam 25% da publicidade institucional. Mais uma vez se verifica que “o mesmo Estado que faz as leis que demonstra alguma dificuldade em respeitá-las”, mas sobre esta vertente abominável não ouvimos falar os doutos sábios do populismo insular.

Nada que nos surpreenda. Aliás, em ano de eleições regionais é de esperar fartura de promessas, mas também de delírios e de números de circo, como atestam alguns comunicados oriundos da política moribunda e da pequenez ressabiada.

De quando em vez damos de caras com autênticas pérolas como uma que lemos na semana passada que quer que o governo regional garanta que os meios de comunicação social a quem atribui verbas no âmbito do MEDIARAM publiquem obrigatoriamente os escritos engendrado pelos diversos partidos. Esta gente nem lê o que vota, confunde jornalismo com propaganda e não percebe que a propensão para o ridículo é inimiga da democracia.