Costa acusa "heterónimos da direita" de fugirem a apresentar soluções
O primeiro-ministro acusou hoje os "heterónimos da direita" de fugirem a apresentar soluções e ao debate sobre a situação concreta, apostando antes em criar um ecrã sobre a realidade com a repetição das expressões "caos, instabilidade ou crise".
Esta posição foi transmitida por António Costa no debate bimestral sobre política geral na Assembleia da República, após uma intervenção do líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias.
"Os vários heterónimos da direita, aqui e lá fora, procuram fugir ao debate sobre a realidade concreta, porque sabem bem qual a evolução do conjunto do país ao longo destes sete anos e também as respostas concretas face aos problemas com que nos confrontamos. Eles não querem discutir esses problemas, nem quais as soluções. Refugiam-se no debate onde fixam sempre umas palavras, e depois todos os heterónimos repetem: Casos, caos, vergonha, crise", declarou.
De acordo com António Costa, com esta estratégia, "procura-se criar um ecrã sobre aquilo que é a realidade -- uma realidade que lhes dói".
"Há uma pergunta que a direita nunca quer responder: O que faria se fosse Governo? Não responde, porque sempre que tentou responder saiu-se mal e mostrou ao que vem", sustentou, antes de fazer uma alusão ao programa de apoios sociais apresentado pelo presidente do PSD, Luís Montenegro, em agosto passado.
Um programa do PSD que António Costa disse ter uma dimensão e uma eficácia muito inferior àquele que seria apresentado no mês seguinte, em setembro, pelo Governo em matéria de plano para o combate à inflação.
A seguir, António Costa citou o deputado do PS Marcos Perestrello, interrogando-se sobre o que a bancada do PSD tenciona propor em matéria de TAP.
"É fácil dizer que se injetou 3,4 mil milhões de euros na TAP, é fácil dizer que os aviões da TAP às vezes atrasam-se, é fácil dizer que os administradores da TAP ganham muito e que uma senhora administradora saiu com uma indemnização. Mas, em concreto, perante a situação em que a TAP estava em 2020 tinha havido intervenção na TAP ou a TAP tinha falido, as pessoas tinham ido para o desemprego e os ativos tinham sido desfeitos? Não respondem", concluiu o primeiro-ministro.
"Perante os problemas não apresentam soluções e, portanto, limitam-se ao vocabulário: Caos, crises, casos, vergonha e pronto. Assim repetem os heterónimos da direita aqui no parlamento e em todo o espaço que monopolizam junto da opinião publicada", acrescentou.