Maioria dos 1.377 portugueses detidos no estrangeiro está no Reino Unido, França e Suíça
A maioria dos 1.377 portugueses detidos no estrangeiro em 2021 estava no Reino Unido, França e Suíça, sendo os principais motivos das detenções os relacionados com estupefacientes, crimes contra a pessoa, sexuais e homicídio, revela o Relatório da Emigração.
Elaborado pelo Observatório da Emigração, um centro de investigação do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa, o documento vai ser hoje apresentado no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, e indica que em 2021 existiam 1.377 portugueses detidos no estrangeiro, mais 123 que no ano passado.
Destes, 697 estavam no Reino Unido, em França e na Suíça, sendo na esmagadora maioria do sexo masculino (82%).
No continente europeu, encontravam-se detidos portugueses no Reino Unido (263), França (242), Suíça (192), Espanha (167), Luxemburgo (117) e Alemanha (116), num total de 1.097 das 1.198 detenções registadas na Europa.
Fora da Europa, os autores do relatório identificaram 179 cidadãos detidos, com o Brasil a ser, mais uma vez, o país com o maior número de detenções de cidadãos nacionais fora do espaço europeu (99).
Dos portugueses detidos no estrangeiro, 429 encontravam-se em prisão efetiva, em cumprimento de sentença condenatória, e 170 em prisão preventiva.
Também em cumprimento de sentença condenatória, 96 estavam em liberdade condicional, prisão domiciliária, regime aberto e semiaberto, entre outras. Nove tinham mandado de captura internacional e um cumpria pena de trabalho comunitário ou social obrigatório.
Em relação a 672 detidos, as autoridades dos países não facultaram informação.
Os autores indicam que o número de portugueses detidos no estrangeiro subiu face a igual período do ano passado -- mais 123, equivalente a um acréscimo de aproximadamente 10%, registando-se um aumento dos detidos na Europa (mais 149) e uma diminuição fora da Europa (menos 26).
Diminuiu o número de detidos em prisão efetiva (menos 26), face a um crescimento do número de pessoas em prisão preventiva (mais 56).
No período em análise foram expulsos, afastados ou deportados para Portugal 371 portugueses, dos quais 276 são provenientes de países da Europa (74%) e 95 do resto do mundo (26%).
O documento refere que foi providenciado acolhimento a 13 cidadãos portugueses que foram expulsos, afastados ou deportados, provenientes do Reino Unido (cinco), Canadá (três), França (dois), Peru (dois) e Estados Unidos da América (um).
Dos 276 cidadãos portugueses oriundos de países da Europa, foram expulsos ou afastados nove da Alemanha, dois da Áustria, cinco da Bélgica, quatro da Dinamarca, 50 da França, sete da Finlândia, dois da Grécia, um da Hungria, 32 do Luxemburgo, um do Montenegro, 95 da Noruega, 10 dos Países Baixos, 42 do Reino Unido, 14 da Suécia e dois da Suíça.
Dos 95 cidadãos portugueses provenientes de países do resto do mundo, foram expulsos ou deportados três de Angola, seis da Austrália, sete do Brasil, 44 do Canadá, um da China, 12 dos Estados Unidos, um de Israel, dois de Moçambique, um da Nova Zelândia, 10 do Peru, um do Senegal, um da Turquia e seis da Venezuela.