Desporto

Ricardo Porém ficou às portas do pódio nos veículos ligeiros

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Foto EPA

O português Ricardo Porém (Yamaha) foi hoje o quarto mais rápido na nona etapa da 45.ª edição do rali Dakar de todo-o-terreno, na categoria de veículos ligeiros protótipos (T3).

O piloto de Leiria ficou a 1.57 minutos do vencedor, o argentino Devid Zille (Can-Am), que foi o mais rápido na tirada entre Riade e Haradh, na Arábia Saudita, que teve 358 quilómetros cronometrados.

O belga Guillaume de Mevius (Grally) foi o segundo mais rápido, a apenas dois segundos do vencedor, com o norte-americano Mitchell Guthrie (BFG) em terceiro, a 12.

No final, Ricardo Porém lamentou uma falha de travões que terá impedido chegar ao pódio.

"Apesar de termos conseguido o nosso melhor resultado nesta edição do Dakar, acreditamos que, em condições normais, podíamos ter conseguido fazer melhor. Numa etapa que consideramos tranquila, ficámos sem travões ao quilómetro 170. Daí em diante tivemos que gerir para garantir que chegávamos ao fim. Felizmente, a ordem de partida para amanhã será boa, numa etapa que se prevê muito difícil", resumiu o antigo campeão nacional de todo-o-terreno.

O companheiro de equipa, João Ferreira (Yamaha), que hoje abriu a etapa depois da vitória no domingo, antes do dia de descanso, foi o sexto mais rápido.

"Saímos na frente, bem no meio dos automóveis. Foi uma etapa diferente, num gigantesco mar de dunas que nos criou algumas dificuldades, mas nada que não tenhamos conseguido gerir", disse o piloto de 23 anos.

João Ferreira antevê que a etapa de quarta-feira, apesar de curta, seja pródiga em obstáculos.

"Estamos muito curiosos pelas dificuldades que vamos enfrentar na etapa de amanhã e, por isso, vamos preparar-nos mentalmente e fisicamente para a mais curta, mas eventualmente mais dura, etapa deste Dakar", frisou o atual campeão nacional de todo-o-terreno em automóveis.

Já Hélder Rodrigues (Can-Am) foi o oitavo nesta categoria T3, a 8.25 do mais rápido, apesar de sentir falta de potência no seu veículo.

"O dia correu mais ou menos bem. Foi um dia onde a navegação não foi fácil, mas o Gonçalo continua a fazer uma excelente navegação. Tentámos dar o nosso melhor para alcançar um bom resultado. No entanto, continuamos sem potência no carro e estamos a perder muito nas zonas rápidas", lamentou o piloto de Sintra.

João Ré, que navega o saudita Saleh Alsaif (Can-Am), foi 13.º.

Na geral, Ré é o melhor português, na sexta posição, a 4:00.27 horas do líder, o belga Guillaume de Mevius.

Fruto dos problemas mecânicos sofridos na primeira metade da prova, Ricardo Porém é 15.º, a 11:09.13 horas, Hélder Rodrigues é 31.º, a 34:53.50 horas, e João Ferreira 36.º, a 44:56.50 horas do líder.

Entre os T4 (veículos ligeiros derivados de fábrica), Fausto Mota, que navega o brasileiro Cristiano Batista (Can-Am), foi oitavo, a 5.24 minutos do vencedor, o polaco Eryk Goczal (Can-Am), enquanto Pedro Bianchi Prata, que navega o brasileiro Bruno de Oliveira (Can-Am), foi 15.º, a 18.35 minutos. Paulo Oliveira (Can-Am) foi 35.º.

Na geral, Fausto Mota é sexto, logo seguido de Pedro Bianchi Prata, que é oitavo. Paulo Oliveira é o 26.º.

Nos automóveis, o francês Sébastien Loeb (BRX) foi o mais rápido da etapa pela terceira vez nesta edição da prova, 19.ª na carreira.

O antigo campeão mundial de ralis bateu o lituano Vaidotas Zala (Toyota), navegado pelo português Paulo Fiúza, na segunda posição, a 57 segundos.

O francês Guerlain Chicherit (BRX) fechou o pódio, a 2.08 minutos do compatriota e chefe de fila.

Mas o dia ficou marcado pelo acidente que deixou fora de prova o espanhol Carlos Sainz (Audi).

'El Matador' capotou na transposição de uma duna, logo ao quilómetro seis da especial cronometrada.

O piloto espanhol, que já venceu o Dakar por três vezes, ficou a queixar-se de dores nas costas e chegou a entrar no helicóptero da organização em direção ao hospital.

Contudo, viria a pedir ao piloto da aeronave para regressar à pista, conseguindo levar o carro de volta ao acampamento.

Se, até aqui, os regulamentos previam a desclassificação imediata de um piloto que entrasse num veículo de assistência, este ano esse ponto foi eliminado. Além disso, os pilotos de topo têm dois 'jokers' que podem usar e regressar à prova apesar de não cumprirem uma etapa (com uma forte penalização).

Sainz já tinha utilizado um na sexta etapa, quando sofreu um acidente numa outra duna, e tentou usar outro hoje, de forma a manter-se em prova, ainda que com um atraso considerável, na 100.ª posição.

No entanto, os danos no Audi híbrido foram demasiados para a equipa os conseguir reparar a tempo de o espanhol regressar à prova amanhã (quarta-feira).

Na geral, o qatari Nasser Al-Attiyah (Toyota), que hoje foi oitavo, mantém o comando dos automóveis, agora mais folgado, pois o sul-africano Henk Lategan (Toyota), que era segundo classificado, sofreu problemas mecânicos e atrasou-se.

Assim, o brasileiro Lucas Moraes (Toyota) subiu ao segundo lugar, a 1:21.57 horas, enquanto Loeb entrou nos lugares do pódio, sendo terceiro, a 1:43.08 horas.

Na quarta-feira, os pilotos enfrentam a 10.ª etapa, entre Haradh e Shaybah, com 113 quilómetros cronometrados no deserto do Quarto Vazio.