Autoridades de Kiev preparam-se para ofensiva a partir da Bielorrússia
As autoridades ucranianas revelaram hoje que estão a preparar-se para uma nova ofensiva terrestre russa a partir da Bielorrússia e contra a capital, Kiev, à semelhança do que ocorreu nas primeiras semanas de guerra.
A informação foi transmitida pelo tenente-general Oleksei Pavliuk, responsável pela defesa da capital ucraniana, detalhando que as forças armadas estão a reforçar as suas posições no norte da Ucrânia, onde faz fronteira com a Bielorrússia.
Com vista a evitar possíveis avanços de carros de combate russos na direção de Kiev, o Exército está a colocar no terreno minas de grande calibre, o que também facilitará a defesa da região através de peças de artilharia.
Apesar da ameaça das autoridades de Moscovo, de que tomariam Kiev em dias, no início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado, o Exército conseguiu repelir os ataques provenientes do norte da capital e, após pouco mais de um mês, as forças russas abandonaram a região e passaram a concentrar-se na frente do Dombass (leste) e no sul do país, deixando um quadro de destruição e dezenas de cadáveres civis em cidades-satélite como Irpin, Bucha e Borodianka.
Kiev continua, no entanto, a ser fustigada com bombardeamentos e soam com frequência os avisos de alarme de ataque aéreo.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.