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O Novo Ciclo da Seleção Nacional de Futebol

Após a participação de Portugal no Campeonato do Mundo no Qatar, foi oficializada a saída de Fernando Santos do comando técnico. Infelizmente, o selecionador nacional terá sido vítima do êxito obtido, entretanto Roberto Martínez foi nomeado para lhe suceder. Posto isto, e nestas circunstâncias, algumas atitudes se impõem.

Antes de mais, agradecer ao técnico, numa perspetiva global de análise da sua atividade, o saldo positivo que se pode extrair do deve e haver dos resultados obtidos pela seleção sob o seu comando ao longo dos últimos oito anos, isto porque, antes de tudo, fica eternizado na história do futebol em Portugal com os dois títulos conquistados, Europeu de 2016 e Liga das Nações em 2019. Igualmente é o selecionador com mais jogos cumpridos pela Seleção das Quinas, sinónimos de solidez e sucesso desportivo.

Perante a oficialização do nome de Roberto Martínez como novo selecionador, o terceiro estrangeiro da história da Seleção Nacional e o primeiro depois de Scolari, é vital não repetir os consecutivos períodos de instabilidade no que toca às curtas durações dos selecionadores, isto antes da entrada do engenheiro, logo esta escolha tem uma consequência decisiva para o presente e futuro do futebol português.

O período de renovação prolonga-se até 2024, a FPF encara diferentes reformulações estruturais, bem como de jogadores e treinadores. Isto é, o atual e o próximo ano abarcam uma fase de avaliação que requer uma análise racional e prudente. Relativamente ao plantel, alguns jogadores encerram agora o seu capítulo internacional na Seleção, o que viabiliza a automática renovação e conjugação de novos valores que formarão as novas gerações.

O cargo de selecionador exige requisitos específicos que têm de atender às características do sucessor, de modo a alcançar melhores desempenhos, que são um fator essencial para gerar uma permanência duradoura. Surge, assim, a importância de identificar as características e traçar o perfil de treinador, em conciliação com os objetivos organizacionais.

O projeto é complexo, mas o contexto pode vir a ser estável, logo inclui a necessidade do estilo de liderança transformacional. Assim, de acordo com o que digo, recomendaria alguém com assinaláveis competências, inclusive de inteligência emocional. Face à conjuntura, julgo que a opção mais viável é Rui Jorge. Encaixa-se nas particularidades que assinalei, abrange mais de uma década como selecionador dos Sub-21, tem um profundo conhecimento sobre o funcionamento interno da FPF, tal como a experiência com os jovens jogadores. Muitos destes já ingressaram mesmo a equipa principal.

Por fim, o ato mais importante neste momento na gestão da Federação foi a escolha do selecionador, pois esta decisão terá grande preponderância e influência na vitalidade dos desempenhos desportivos e da respetiva organização, com os resultados que se desejam de larga alcance no Futuro.