Libertadas cerca de 600 detidos, sobretudo mães, idosos e doentes
A Polícia Federal brasileira libertou hoje cerca de 600 pessoas, mães de crianças pequenas, idosos com mais de 65 anos e doentes, acusadas de participar nos atos antidemocráticos de domingo em Brasília.
Todos eles tinham sido detidos após serem expulsos do campo que, durante mais de dois meses, tinha sido instalado às portas do quartel-general do exército em Brasília, de onde os apoiantes de Jair Bolsonaro tinham apelado a um golpe de Estado durante todo esse tempo e, no domingo, partiram para a Praça dos Três Poderes onde perpetraram o assalto à democracia que há tanto tempo vinham reclamando.
Mais de 1.200 pessoas foram colocadas em meia centena de autocarros para abandonar o campo, depois do juiz do Supremo Tribunal Alexandre de Moraes ter ordenado a sua detenção.
Agora, a Polícia Federal libertou cerca de metade dos detidos por razões humanitárias, depois de terem sido interrogados. O resto dos que não se enquadravam nos critérios de idade e doença foram primeiro levados para instalações médicas e depois transferidos para a prisão.
Na segunda-feira, os campos que tinham sido instalados em várias cidades do país por apoiantes bolsonaristas descontentes com a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva, a 30 de outubro, foram desmantelados.
Para além das 1.200 pessoas presas após terem sido despejadas, outras 300 foram detidas enquanto participavam nos eventos antidemocráticos de domingo, quando milhares invadiram a presidência, o Congresso e o Supremo Tribunal.
A polícia informou que foram identificados pelo menos 15 crimes relacionados com estes acontecimentos, incluindo golpe de Estado, ferimentos, desordem pública, destruição de propriedade pública, posse de armas e roubo.