Colômbia anuncia cessar-fogo com guerrilha do ELN e vários grupos paramilitares
O Presidente da Colômbia anunciou um "cessar-fogo bilateral" com a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), dissidentes das FARC e grupos paramilitares, a vigorar entre hoje e 30 de junho de 2023.
O cessar-fogo será "prorrogável em função dos progressos realizados nas negociações", acrescentou Gustavo Pedro, numa mensagem divulgada no sábado à noite nas redes sociais.
Um total de cinco grupos anunciaram o cessar-fogo: o ELN, o Estado-Maior General Central dos dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a Segunda Marquetalia, as Forças de Auto-Defesa Gaitanista da Colômbia (AGC) e os paramilitares da Serra Nevada.
"Acordámos um cessar-fogo bilateral com o ELN, a Segunda Marquetalia, o Estado-Maior Central [dos dissidentes das FARC], a AGC (Autodefensas Gaitanistas de Colombia) e as Autodefensas de la Sierra Nevada de 01 de janeiro a 30 de junho de 2023, prorrogável em função do progresso das negociações. A paz total será uma realidade", disse Petro, numa mensagem pouco antes do início do Ano Novo, no Twitter.
Desde que tomou posse a 07 de agosto, Gustavo Petro e o Governo têm defendido uma política de "paz total", tendo já retomado as negociações com o ELN, em Caracas.
"É meu desejo, no final do ano, que a paz seja possível. Este é um ato ousado. O cessar-fogo bilateral obriga as organizações armadas e o Estado a respeitá-lo. Haverá um mecanismo de verificação nacional e internacional. Que a paz esteja entre nós. Feliz Ano Novo", acrescentou o Presidente colombiano.
De acordo com a Presidência colombiana, o cessar-fogo bilateral será sujeito a verificação nacional e internacional pela Missão de Verificação da ONU, a Missão de Apoio ao Processo de Paz da Organização dos Estados Americanos (MAPP/OEA), o Gabinete do Provedor de Justiça e a Igreja Católica.
De momento, "não está previsto um cessar-fogo com outras organizações", acrescentou a Presidência, mas o Governo vai rever os resultados dos processos em curso e outros cessar-fogos unilaterais para tomar decisões futuras.
O anúncio não demorou muito tempo a receber reações positivas, incluindo a do chefe da Missão de Verificação da ONU na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, que afirmou: "as Nações Unidas apoiam todos os esforços no sentido de reduzir a violência nos territórios, proteger as comunidades afetadas pelo conflito e construir a paz na Colômbia".