Madeira

"As carências habitacionais na Ponta do Sol não se resolvem com um apartamento novo"

Célia Pessegueiro, presidente da Câmara Municipal da Ponta do Sol

Foto Rui Silva/Aspress
Foto Rui Silva/Aspress

"Nos últimos 5 anos demos um grande salto a vários níveis", assegura a presidente da Câmara, Célia Pessegueiro, ao concluir que "dados de 2017 e de 2022 demonstram que muita coisa mudou". Destacou o 'boom' imobiliário para declarar que "não é de agora que há a necessidade de apoiar as famílias com menores recursos para que possam melhorar as condições de habitabilidade das suas casas".

Aproveitou para dar conta que "no último ano apoiamos 10 famílias com um total investido de 52 mil euros e, neste momento, estão em análise outros tantos processos. (estes são os processos das famílias mais carenciadas)".

Ainda nesta área, registou a recente "boa notícia do Governo da República da aprovação da nossa Estratégia Local de Habitação que permitirá às famílias da Ponta do Sol aceder ao Programa Nacional Primeiro Direito, que apoia a recuperação e construção de habitação própria. Um apoio que poderá chegar até aos 55 mil euros por habitação, sendo parte dele a fundo perdido", disse.

Falou destes números "para se perceber que não é um bloco de 30 apartamentos de habitação social que resolve as carências habitacionais da população da Ponta do Sol", afirmou, numa crítica explicita ao Governo Regional.

Pessoalmente assumiu que defenderá sempre "que esta não é a solução de habitação social para um concelho como o nosso. Não é! Não queremos desenraizar as pessoas; não queremos criar guetos sociais. Não queremos resolver o problema habitacional apenas a 30 famílias do Concelho (apesar de não sabermos ao certo os critérios de atribuição), queremos resolver às 150 que identificamos num primeiro momento e a todas as outras que vão surgir entretanto", atirou.

"As carências habitacionais na Ponta do Sol não se resolvem com um apartamento novo, resolvem-se com o apoio para as obras nas casas das pessoas", disse ainda. Para a autarca socialista "a Habitação neste modelo de bloco de apartamentos deve ser o último recurso, depois de esgotadas todas as outras formas de apoio. As pessoas preferem recuperar e tornar habitável as casas que são suas, ou aquelas que possam herdar ou, até mesmo, comprar".