O triste e grande equívoco
Todos nós temos consciência de que vivemos num País onde muita coisa se diz e se promete.
As que são ditas levam-nas o vento, as prometidas, maioritariamente, não são cumpridas.
Porém, não vale a pena aqui pormenorizar tudo o que se tem dito e o vento levou, nem o que foi prometido e, maioritariamente, não foi cumprido.
Vamos aqui só referir uma só das promessas não cumpridas, talvez por ser mal interpretada, mas que está na causa do estado caótico em que se encontra este País.
Referimo-nos ao DIREITO À VIDA.
Quando se fala do “Direito à Vida”, normalmente referimo-nos ao facto de todas as pessoas nascerem livres e iguais e possuírem os mesmos direitos, liberdades e segurança, independentemente de raças ou religiões.
Só que, não era bem disso que se queria falar, mas mais do facto dos cidadãos poderem aspirar a terem uma vida digna, com as mesmas oportunidades de trabalho, uma habitação condigna, acesso ao ensino (superior) e à saúde que, num passado (já) longínquo só um reduzido número de famílias podiam aspirar
Contudo – infelizmente para o País e para a maioria de todos nós – houve quem interpretasse de modo diferente – e aqui está o grande, grave e triste equívoco – pois deduziram que ter DIREITO À VIDA era ter direito a ser Ministro, Secretário de Estado, Deputado, Autarca, presidente disto e daquilo, enfim, tomar conta dos destinos do País.
E aí está o resultado. Um País que não sai da cepa-torta, endividado até aos cabelos, com uma discriminação social infame, com a pobreza dia-a-dia mais visível, com a SAÚDE cada vez mais DOENTE, a JUSTIÇA desacreditada, um ENSINO precário e uma dependência do exterior, extremamente grave que, em muitos casos, chega a ser humilhante.
E tudo isto acontece pelo facto do País andar a ser entregue a pessoas que não dispõem de condições mínimas para ocuparem cargos para os quais são nomeados.
Exatamente porque não tinham competência, advinda da falta de experiência, de maturidade, de conhecimento para o desempenho do cargo, para não falar da falta de ética, de bons modos, da noção da responsabilidade e, muitas vezes, de um mau caráter e de uma honestidade altamente duvidosa.
Evidentemente que, no meio de tudo isto, houve e há exceções – ai de nós se não houvesse – mas insuficientes para dar a este a País, um rumo certo, alicerçado na dignidade, na expressa vontade de bem servir o erário público e de tornar um Portugal diferente e melhor.
De modo que, nada do mais grave, intolerável e inadmissível que se possa ouvir, ver ou ler que se passou ou passe neste País, nos devemos admirar, pois trata-se do corolário lógico do modo COMO TEM SIDO E POR QUEM TEM SIDO conduzido este Pais.
Incêndios que desbaratam famílias e desfiguram o País, número de acidentes rodoviários, próprios de um Pais de 3º mundo, decisões ignóbeis que põem em risco a vida humana, como as questões ligadas às maternidades e todo um rol de situações que nos envergonham a nível nacional e internacional.
Para terminar surgem agora os milhões sacados de impostos acima do previsto, dos quais prepara-se retirar uma fatia mínima para auxílio às famílias. Espero que não regressemos ao SALAZARISMO onde os cofres do ESTADO estavam cheios e os bolsos dos cidadãos vazios.
Que Deus nos ajude.
Juvenal Pereira