As artimanhas do Costa e as manhas dos outros...
As medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, para combater o aumento galopante da inflação, pecam por tardias, mas são, sobretudo, insuficientes. Se podemos questionar a artimanha da antecipação de parte do aumento das pensões para outubro deste ano, impedindo que em 2023 existam aumentos ao nível da inflação que se verificasse nessa altura, outras medidas existem que, como é o caso da proibição dos aumentos das rendas em mais de 2% e a previsão do alargamento de bolsas de estudo, são claramente boas medidas, faltando ver como se efetivarão. Contudo, uma política de valorização salarial para todos os trabalhadores, que perdem, a cada dia que passa, poder de compra parece estar fora do planos do governo. Não falo da atribuição dos 125€ a todas as pessoas com vencimentos inferiores a 2700€ mensais, medida claramente positiva e sempre bem-vinda. O que precisávamos, mais dos que os tais 125€, era de aumentos salariais, a partir de janeiro, ao nível da inflação verificada no final deste ano. Não seria nenhuma façanha nem constituiria, sequer, qualquer ganho em termos reais. Significaria apenas a manutenção do já parco poder de compra que, ainda, temos. A somar a isto, precisávamos da redução do IVA em bens de primeira necessidade mas, mais importante que isso, o congelamento dos preços do cabaz com géneros essenciais, todos os dias às nossas mesas. Mas é possível e desejável, ir mais longe. Se houvesse mesmo coragem, talvez fosse de valor fixar os tetos máximos das rendas consoante a tipologia e localização dos apartamentos, acabando com a roubalheira especulativa no arrendamento privado. Para não falar da necessária criação de mecanismos que compensassem a especulação imobiliária, na venda da primeira habitação, obrigando, pelo menos, o Banco Público a financiar a 100% os apartamentos de primeira habitação de famílias que necessitam, com spreads aceitáveis. A, sensivelmente um ano das Eleições Regionais, o que faz o poder autonómico para melhorar a vida de todos nós?! E que propostas têm os partidos políticos para apresentarem ao eleitorado no sentido de contribuírem para uma Madeira onde quem não pode viver nos Dubais e nos Sécs. XXI possa viver na sua terra?!