Scholz e Zelensky abordaram possível fortalecimento da ajuda militar a Kiev
O chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, discutiram esta quarta-feira, em conversa telefónica, o fortalecimento das capacidades defensivas da Ucrânia contra a invasão russa.
Segundo a publicação do chefe de Estado ucraniano na rede social Telegram, os líderes também discutiram a necessidade de chegar a acordo sobre um programa de ajuda financeira com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Zelensky agradeceu ainda a confirmação dos 5.000 milhões euros de ajuda aprovados pela União Europeia (UE).
Por sua vez, o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, informou que Scholz destacou não apenas o apoio militar à Ucrânia, mas também garantiu que Berlim ajudará Kiev em questões políticas, financeiras e humanitárias para enfrentar a invasão russa.
Por fim, os líderes também abordaram a situação na central nuclear de Zaporijia, controlada pelos russos, e que tem sido palco de confrontos, tendo um relatório da Agência Internacional para a Energia Atómica (AIEA) apelado esta terça-feira à criação de uma "zona de segurança".
Scholz e Zelensky concordaram que a segurança e proteção da central nuclear é um assunto de extrema importância, razão pela qual consideram estritamente necessário adotar as recomendações lançadas pela AIEA.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de sete milhões para os países vizinhos --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que entrou hoje no seu 196.º dia, 5.718 civis mortos e 8.199 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.