A Guerra Mundo

Presidente russo Vladimir Putin avisa que é impossível isolar a Rússia

Foto EPA/MIKHAIL METZEL/KREMLIN POOL/SPUTNIK
Foto EPA/MIKHAIL METZEL/KREMLIN POOL/SPUTNIK

O Presidente russo, Vladimir Putin, declarou hoje que é impossível para os países ocidentais isolarem a Rússia, apesar das sanções contra Moscovo, que representam uma "ameaça para o mundo inteiro".

"Não importa o quanto alguns gostariam de isolar a Rússia, é impossível fazê-lo", disse Putin num fórum económico focado na Ásia, em Vladivostok, cidade no extremo oriente da Rússia.

A pandemia da covid-19 "foi substituída por novos desafios globais, que ameaçam o mundo inteiro. Refiro-me à febre das sanções do ocidente", acrescentou Putin.

O Presidente russo denunciou "a teimosa recusa das elites ocidentais em ver os factos" e "a dominação ardilosa dos Estados Unidos" na implementação de pesadas sanções contra a Rússia, após a invasão russa na Ucrânia em 24 de fevereiro.

"Mudanças irreversíveis ocorreram em todo o sistema de relações internacionais", observou.

Apesar de uma enxurrada de sanções ocidentais, Putin disse que a Rússia "não perdeu nada e não perderá nada". "Há alguma polarização a acontecer, mas penso que só será benéfico", acrescentou.

Diante de muitos líderes económicos e políticos asiáticos, particularmente chineses, Putin também elogiou "o papel crescente" da região Ásia-Pacífico nos assuntos mundiais, em contraste com um ocidente que descreveu como em declínio, prejudicado em particular pela " inflação".

"O papel dos países da região Ásia-Pacífico cresceu significativamente", declarou.

Perante "a agressão tecnológica, financeira e económica do Ocidente", o Presidente russo disse estar satisfeito com o "distanciamento realizado pouco a pouco" da economia russa do dólar, do euro e da libra esterlina, "moedas pouco fiáveis", em favor do yuan chinês.

Na terça-feira, a gigante estatal russa do gás Gazprom, anunciou que a China passaria a pagar os seus contratos em rublos e yuans, no lugar de dólares, um novo sinal de reaproximação entre Moscovo e Pequim em meio a tensões com o Ocidente.

"A maioria absoluta dos Estados da Ásia-Pacífico não aceita a lógica destrutiva das sanções", disse Putin novamente.

"Uma parceria criativa abrirá enormes novas oportunidades para os nossos povos", disse Putin no seu discurso.

Putin e o Presidente chinês, de Xi Jinping, vão reunir-se nos dias 15 e 16 de setembro em Samarcanda, no Uzbequistão, por ocasião de uma cimeira regional, anunciou hoje a diplomacia russa, naquela que viagem ao estrangeiro do chefe de Estado chinês desde o início da pandemia.

"Em menos de 10 dias, uma nova reunião dos nossos líderes (Vladimir Putin e Xi) acontecerá na cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (OCX)", anunciou o embaixador russo em Pequim, Andrei Denissov, citado pelas agências de notícias russas Ria Novosti e Tass.