Número de mortes em sismo no sudoeste da China sobe para 74
O número de vítimas mortais devido ao forte sismo que na segunda-feira atingiu a província de Sichuan, no sudoeste da China, subiu de 65 para 74, segundo um novo balanço avançado hoje pela imprensa estatal.
O terramoto, que provocou deslizamentos de terra e sacudiu edifícios, fez ainda pelo menos 259 feridos.
Pelo menos 26 pessoas estão desaparecidas, dois dias depois de o terramoto de 6,8 de magnitude na escala de Richter, segundo as autoridades chinesas, e de 6,6, segundo o Instituto de Estudos Geológicos dos Estados Unidos (USGS), ter sacudido a vila de Luding, às 12:52 (05:52 em Lisboa), na segunda-feira.
A província de Sichuan, que faz fronteira com o planalto tibetano, onde placas tectónicas se encontram, é regularmente atingida por terramotos. Dois sismos registados em junho passado causaram pelo menos quatro mortos.
O sismo de segunda-feira foi sentido a 200 quilómetros de distância, na capital da província, Chengdu, onde a maioria dos 21 milhões de habitantes está confinada em casa para travar um surto de covid-19.
O fornecimento de energia foi interrompido e edifícios ficaram danificados, na cidade de Moxi, na prefeitura autónoma tibetana de Garze, onde 40 pessoas morreram.
A televisão estatal chinesa CCTV mostrou equipas de resgate a retirar uma mulher dos escombros em Moxi, onde muitos edifícios são construídos com uma mistura de madeira e tijolo.
A China mobilizou mais de 6.500 membros das forças de emergência, incluindo soldados, bombeiros e médicos, e nove helicópteros para ajudar nos esforços de resgate.
Outras 34 pessoas morreram na vila vizinha de Shimian, nos arredores da cidade de Ya'an.
Na terça-feira, 50 mil pessoas tinham sido retiradas da área.
As autoridades relataram ainda que pedras caíram das montanhas, causando danos às casas e interrupções no fornecimento de energia, segundo a CCTV.
Um deslizamento de terra bloqueou uma estrada rural, deixando-a repleta de pedras, disse o Ministério de Gestão de Emergências.
Até à manhã de terça-feira, tinham sido registados dez réplicas de magnitude igual ou superior a 3, uma dos quais atingiu 4,2, segundo as autoridades.
O governo chinês já anunciou ter reservado 50 milhões de yuan (7,29 milhões de euros) para apoiar as operações de resgate e salvamento.
O terremoto segue-se a uma onda de calor e seca que levaram à escassez de água e cortes de energia, devido à dependência de Sichuan de energia hidroelétrica. Isto junta-se a medidas de confinamento altamente restritivas, no âmbito da estratégia de zero casos de covid-19, adotada pela China.
O terramoto mais mortífero da China nos últimos anos, de magnitude 7,9, ocorreu em 2008, e matou quase 90 mil pessoas, em Sichuan.
O abalo sísmico devastou cidades, escolas e comunidades rurais fora de Chengdu, levando a um esforço de reconstrução com materiais mais resistentes.