CINM: sair do caos?
Eu, que sou adepto das maiorias absolutas, dou comigo a abominar estes socialistas. Parece haver uma corrida frenética para ver quem sucede a Sócrates na justiça
Zona Franca da Madeira promete anos de luta em tribunal. Este é o título do Diário de Notícias. Simultaneamente, com toda a razão, Miguel Albuquerque intitula de vergonha a decisão, agora oficialmente publicada, da Comissão Europeia, de obrigar 311 empresas registadas no CINM a devolverem benefícios fiscais concedidos (mais de 800 milhões de euros). É impiedosa e liquidatária da nossa Zona Franca.
Para além de tudo o mais, há dezenas (centenas?) de gerentes com responsabilidades criminais e financeiras incalculáveis.
Uma trapalhada que culmina um processo complexo de 35 anos de funcionamento - começou a actividade, com quadro legal próprio, em 1987, depois de criada por lei em 1980.
Por alguma razão nunca ninguém celebrou esta efeméride. Vergonha?
O longo litígio em tribunal que está anunciado; a sentença incriminatória da Comissão Europeia; a saída do parceiro privado na SDM; as interrupções no período legal de registo de novas empresas; o abandono de muitas delas e a não substituição por outras que queiram entrar; e a falta de interesse regional por um processo opaco e incompreensível para a maioria das pessoas, exigem algo mais que fingir estar tudo bem.
Não está !
Não só não está bem como está moribunda, eu diria morta. Lamento mais que ninguém. Fui eu que em 1987 dei vida à Zona Franca da Madeira, também conhecida por Centro Internacional de Negócios da Madeira.
Obviamente que não podemos perder o que já temos e que é significativo: receitas fiscais e emprego. Só que, a continuar este penoso caminho, lá se vão estas duas mais valias. À medida que as empresas abandonam, reduzem-se as receitas fiscais e perdem-se os empregos. Ganham as praças concorrentes, elas também responsáveis por este doloroso processo. Se houver vontade política nacional, Portugal pode criar na Madeira um sistema fiscal igual ao de Malta. Mas é preciso preparar um competente dossier para ser apresentado em Lisboa, por políticos de topo, em inúmeras estadias na capital.
O PSD/Madeira não tem disponível quem possa fazer isso.
Por sua vez, há, actualmente, uma “fuga” aos ministérios. Assim é difícil a persuasão pelos assuntos do nosso interesse. Apenas Carlos Pereira conta a sua versão. E parecem evitadas as absolutamente indispensáveis presenças em Bruxelas. Com tantos problemas graves com a Comissão Europeia é forçoso andar por lá sem descanso. Nem que fosse apenas pelo CINM.
Não nos conhecem, não nos vêm … não querem saber.
Alguém já pediu conselho ao anterior presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso?
É obrigatório andar em Bruxelas e lá ter um nosso representante. Como já tivemos, ainda que se justificasse em modo actualizado. Os deputados europeus não têm condições para isso.
O CINM trata-se lá fora: em Lisboa, Bruxelas e nas principais cidades internacionais. Não vejo ninguém a viajar por aí. O rodopio que se faz pela emigração e pelo turismo é uma amostra do que era preciso fazer pelo CINM.
Já não temos o Dr. Francisco Costa, nem maioria privada na SDM, para fazer o serviço. É tudo do governo regional, como as demais praças estrangeiras. Mas é preciso ter quem faça o trabalho. Com sabedoria, distinção, prestígio exterior e possibilidades de sucesso. Leva tempo, sem dúvida que sim, mas, enquanto não começamos, mais longe ficamos do fim.
Uma coisa é certa: não podemos ficar esperando. Há que ser dinâmico e partir para um novo conceito de praça internacional, sem perder o pouco já ganho até aqui. Parados …. morremos!
Coligação PSD/CDS
Julgo que não fui suficientemente claro nos meus escritos, por tão díspares as interpretações sobre o que escrevi.
Relembrando: nada tenho a opor à coligação eleitoral desde que a presidência da Assembleia seja atribuída ao maior partido.
A chantagem oportunista de um centrista, agora auto-proclamado de direita, de que ou era presidente ou “entregava-se” aos socialistas, para com eles fazer uma maioria, é atitude sem perdão. Foi presidente, sem pudor e como queria, mas ficará na História da nossa curta democracia como a primeira golpada bem sucedida.
Irrita vê-lo pavonear-se como se tivesse legitimidade política para o cargo que assumiu. Ainda que todos convivam com essa pouca vergonha “democrática”, tiram fotos com o personagem como se nada se tivesse passado, numa mostra de hipocrisia sem limites.
Ainda vão querer vê-lo apagado por “fotoshop”. O líder do CDS inclusive.
Se o dito senhor for inteligente, em 2023, mete a viola no saco e … desaparece de cena.
Faço parte doutra geração política. Vi muita coisa, mas nada igual.
E não deixo passar!
Estão a jogar em todos os tabuleiros. É a ganância pelo lugar no governo. Para uma maioria logo vêm quem dá mais.
Como se admite para parceiro de coligação quem é incapaz de uma crítica ao PS-M? O líder centrista, em grande entrevista, a única menção que faz é afirmar que o PS “está aziago” por não ter feito governo com o CDS. Pudera! Levaram uns chifres à última da hora e não iam espernear?
Na “rentrée” do Chão dos Louros, anteontem, nem uma palavra sobre os socialistas na Madeira.
Homenagem em Porto Santo
Lamento escrever sobre este tema mas não consigo dispensar-me.
Fizeram uma homenagem privada a um cidadão inglês, que viveu dois anos em Porto Santo e era, efectivamente, bom jogador de golfe. Naturalmente a dificuldade com a língua era um obstáculo ao convívio e à popularidade.
Num muro de dois metros de altura, nada inferior à dimensão dos monumentos na Cidade ao Infante D. Henrique e a Cristóvão Colombo, colocaram uma placa com atributos do homenageado. Ainda que sendo privada - pessoal? - foi colocada num local público com abusiva implantação - sem qualquer afastamento da via dos “buggies”. Mais a mais sem autorização da empresa responsável pelo projecto e desprezando o facto do projectista espanhol repudiar tudo o que não faz parte da natureza do local.
Quem autoriza ainda é mais responsável. Não sabe nem quis saber.
Desconheço se o falecido desportista teve homenagem no seu clube de origem, em Inglaterra. Por cá, não existe registo de elogio público regional.
Apenas quero apelar ao bom senso que devia ter presidido à homenagem. Uma placa no clubhouse tinha sido registo que podia ser apreciado por todos quantos visitam o campo de golfe. Onde está, apenas pode provocar espanto a quem jogue golfe no buraco doze: pelo mau local e pela absurda dimensão. Compreendida apenas por quem sabe ler português.
Há espaço humano para recuperar o erro. Sem ofensas para ninguém.
Severiano Ballesteros não tem em Porto Santo qualquer síntese do seu estatuto como golfista - um dos mais notáveis do mundo.
O falecido profissional João Sousa, o mais reputado golfista madeirense, que me acompanhou na escolha do local do campo e foi o professor de muitos jogadores, que se iniciaram no campo de treinos que o Clube de Golf do Santo da Serra criou na Ilha em 1995 e 1996, não tem qualquer celebração em Porto Santo.
Já que as homenagens não são apenas para falecidos, dizer que o notável trabalho do Andrew Oliveira, em dezassete anos de vida no Porto Santo, merece os maiores elogios.
Como ainda o melhor resultado oficial do campo é de 63 pancadas, na sua extensão máxima regulamentar. Referir que nos três Open europeus ali realizados jogaram algumas das grandes estrelas actuais do golfe mundial, que não mereceram, até hoje, qualquer registo, nem para publicidade do campo.
Não pretendo qualquer polémica com o assunto. Acredito que houve boa intenção. Mas ficou mal e devia ser corrigido.
Este é apenas um comentário, por avaliação própria e sugestão de várias “famílias”. Repito, não está em causa a iniciativa, mas sim o seu “modus faciendi”.
Medina, vilão do novo PS?
Fernando Medina é contratado para comentador da TVI quando o jornalista Sérgio Figueiredo era director desse canal de televisão. Medina chega a Ministro das Finanças e contrata o ex-jornalista para assessor com salário igual ao seu.
Tudo do mais nojento possível em democracia. Aquilo que ambos mostraram combater, afinal era a sua regra de conduta. O socialismo português é isto. Em maioria absoluta acaba alguém na cadeia. Parece haver uma corrida frenética para saber quem sucede a Sócrates.
E nada se pode fazer. Eu que sou adepto das maiorias absolutas dou comigo a abominar estes socialistas que não são mais que vilões de baixa estatura.
Este Medina não será Ministro das Finanças na tradição daqueles que ajudaram a corrigir o que de mal os outros iam fazendo. Será o infractor maior da porcaria do socialismo absoluto.
Aliás, que currículo tinha este derrotado autárquico para ser nomeado Ministro das Finanças? Já qualquer um chega a Ministro.
Não nomear substituto para o tacho que queria atribuir a Sérgio Figueiredo mostra bem a única intenção do acto publicamente repudiado.
Mário Soares versus António Guterres
Por distracção minha, só agora, fiquei a saber que foi atribuído o nome Mário Soares à Avenida do Amparo, que liga a via rápida à rotunda do “enforcado”. O anterior presidente da república é “persona non grata” na história política da nossa Autonomia. A sua deselegância para com a política da Madeira não se apaga. Um pouco mais de sabedoria tinha concedido, a honra do nome da estrada, a António Guterres, quem em 1997, como primeiro ministro, amortizou a quase totalidade da dívida pública da Madeira. Ficámos com toda a obra, dos principais vinte anos de desenvolvimento, feita e sem dívida. Esse sim, teria sido e ainda é, merecedor de fazer parte da nossa toponímia. Mais ninguém, mesmo do PSD, fez igual ao agora secretário-geral das Nações Unidas.
Mas para o PS seria impensável glorificar um seu militante que tenha ajudado a Madeira.
O escândalo que agora descobri é que foi aprovado, por unanimidade, o nome de Mário Soares. O PSD disse que nada tinha contra esse nome - uns infelizes perdedores de eleições - esquecendo tudo o que Mário Soares difamou do PSD-M e de Alberto João Jardim. Querem que lembre?
Pior na acta só a declaração do inefável político centrista, que reproduzo: “relativamente a esta questão o Senhor Vereador José Manuel Rodrigues, do CDS/PP, enalteceu o papel do Dr. Mário Soares”.
O que é preciso fazer para ir longe na política! Haja vergonha na cara!
Uma verdadeira coligação de estupidez.
Nacional
O actual treinador do meu Clube disse: “este ano a realidade é jogo a jogo, sem pensar em muito mais do que isto”. Tristeza! Que raio de falta de ambição. Assim fica treinador toda a vida. Deve ser por isto que o nosso antigo e glorioso treinador, José Peseiro, afirmou: “nada no Nacional é o que já foi”!
Para contrariar, Rui Alves diz que é para subir. Cada um com a sua máxima, ainda que opostas. Em que se fica? Prefiro a subida!
E não há ninguém para contestar! Um Clube frouxo: comemos o que nos dão e … calamos! Derrota atrás de derrota.