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Costa salienta segurança no momento da adoção das medidas e prudência face à despesa

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Foto EPA

O primeiro-ministro considerou hoje que as novas medidas de apoio social foram "calibradas" em termos de impacto na despesa e salientou que vão entrar em vigor já quando existem garantias em termos de segurança nas contas públicas.

Esta posição política foi defendida por António Costa em vários momentos da conferencia de imprensa em que apresentou oito medidas de apoio social para atenuar os efeitos da inflação e que no seu conjunto estimou em 2.400 milhões de euros em termos de impacto na despesa.

Perante os jornalistas, no final de um Conselho de Ministros extraordinário, que decorreu no Palácio da Ajuda, em Lisboa, o líder do executivo procurou justificar a razão de o Governo só agora, em setembro, ter adotado mais medidas para atenuar os efeitos da inflação, assim como o facto de os apoios agora anunciados não terem um caráter estrutural em termos de impacto na despesa.

"Estamos a adotar um apoio extraordinário que foi calculado tendo em conta a capacidade que o Estado tem fruto da evolução da economia e, sobretudo, do emprego ao longo deste ano. Adotamos estas medidas sem afetar todas as outras medidas previstas no Orçamento e sem afetar os objetivos de redução do défice e da dívida", declarou.

Estas medidas de apoio social, na perspetiva do líder do executivo, correspondem à capacidade que o Governo tem de apoiar "de forma muito forte as famílias neste ano em que o seu poder de compra tem estado a ser duramente atingido".

"Mas ninguém pense que há medidas milagrosas que possam responder àquilo que tem sido um aumento inesperado, inusitado, absolutamente extraordinário, da inflação, algo que já não se via há 30 anos. E temos de fazer este esforço de apoiar o poder de compra das famílias sem simultaneamente estarmos a alimentar a própria inflação", advertiu.

Nesse sentido, de acordo com o primeiro-ministro, as medidas agora adotadas pelo Governo "foram muito bem calibradas".

Depois, de forma indireta, respondeu às críticas do PSD, que considerou tardia a adoção destes apoios para atenuar os efeitos da inflação junto das famílias.

"Tinham de ser tomadas agora e não antes porque é agora que se dispõe da informação suficiente para com segurança se concluir que é possível fazer isto sem colocar qualquer risco em relação aos outros objetivos orçamentais, designadamente para a redução da dívida pública, sobretudo num contexto em que as taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) estão a subir", acrescentou.