Agência nuclear da ONU inicia missão permanente na central nuclear de Zaporijia
A missão permanente da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) teve início hoje na central nuclear ucraniana de Zaporijia com dois membros permanentes, após outros seis especialistas que fizeram inspeções nos últimos dias abandonarem o local.
"Os integrantes da missão da AIEA deixaram a central nuclear, deixando duas pessoas na qualidade de observadores", declarou Vladimir Rogov, membro do conselho pró-russo da província ucraniana, à rádio Komosomolskaya Pravda.
O chefe da administração pró-russa da cidade de Energodar, que abriga a central nuclear, Alexander Volga, confirmou a notícia à agência de notícias russa Interfax, observando que os inspetores "serão encarregados de controlar a segurança da operação da central nuclear".
"Por indicação da própria missão e do senhor [diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, os inspetores devem ficar permanentemente e serão trocados periodicamente. Ele cumpriu a promessa de que a missão será permanente", acrescentou Volga.
Segundo o político pró-russo, "no momento, apenas um reator está a operar", fornecendo energia para a rede elétrica, incluindo para clientes ucranianos.
"Devido à reparação das linhas de alta tensão, foi decidido parar um reator e deixar outro em funcionamento", explicou Volga, lembrando que o segundo reator será posto em funcionamento quando estiver concluída a reparação das linhas de alta tensão.
Volga acrescentou que no momento a situação radiológica ao redor da central é normal.
A Rússia e a Ucrânia acusam-se há semanas de ataques à fábrica de Zaporijia.
Diante do aumento das tensões em torno da central nuclear, a AIEA enviou uma delegação chefiada por Grossi para analisar a situação no local.
Na terça-feira, Grossi apresentará um relatório ao Conselho de Segurança da ONU sobre sua missão em Zaporijia.