A Guerra Mundo

Papa Francisco diz que "diálogo é difícil" face a "situação trágica" na Ucrânia

Foto EPA/ETTORE FERRARI
Foto EPA/ETTORE FERRARI

O Papa Francisco considerou ontem que a guerra na Ucrânia é "uma situação trágica" e confessou desconhecer o que é possível fazer num "diálogo difícil" com os presidentes russo e ucraniano.

Na entrevista à TVI/CNN Portugal, o Papa foi questionado sobre o que é possível dizer aos presidentes da Rússia e da Ucrânia, ao que respondeu: "Não sei. Não sei".

"Acredito que sempre, se dialogarmos, conseguimos alcançar. Sabe quem não sabe dialogar? Os animais. São puro instinto. Por outro lado, o diálogo é deixar de lado o instinto e ouvir. O diálogo é difícil", disse o Papa na primeira parte da entrevista divulgada hoje, sendo a restante transmitida na segunda-feira

O líder da igreja católica afirmou que ainda não sabe quando vai visitar Kiev e Moscovo, mas avançou que três cardeais que são seus representantes já estiveram na capital da Ucrânia.

"Um deles foi três vezes e esteve lá toda a Semana Santa, e foi o subsecretário de Estado, o encarregado das relações internacionais. A minha presença lá [Kiev] é forte. Agora não posso ir, porque depois da viagem ao Canadá, a recuperação do joelho ressentiu-se um pouco e o medico proibiu-me", disse.

Francisco sublinhou que tem mantido uma comunicação por telefone com os líderes russo e ucraniano, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, respetivamente.

"Eu faço o que posso. E peço a toda a gente que faça o que puder. Entre todos pode fazer-se algo. Mas a situação é deveras trágica", frisou.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que provocou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, segundo estimativas da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.