Von der Leyen garante que UE manterá ajuda económica e militar a Kiev
A União Europeia (UE) vai continuar a apoiar "política, económica e militarmente" a Ucrânia na "guerra atroz" de Vladimir Putin, que procura "inverter o rumo da história" no caminho da democracia, realçou ontem a presidente da Comissão Europeia.
Ursula von der Leyen, que falava no Fórum da Democracia de Atenas, que se realiza anualmente na capital grega, elogiou a rápida reação da UE à invasão promovida pelo Presidente russo Vladimir Putin, lembrando que o bloco introduziu o "maior pacote de sanções de todos os tempos" e recebeu mais de oito milhões de refugiados ucranianos.
A Comissão Europeia propôs na quarta-feira um oitavo pacote de sanções à Rússia, face à "nova escalada" do Kremlin na sua agressão à Ucrânia, com a realização de "referendos fraudulentos", mobilização parcial e a ameaça de recurso a armas nucleares.
O novo pacote de sanções, apresentado em linhas gerais em Bruxelas por Ursula von der Leyen e pelo Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, inclui um teto ao preço do petróleo russo, novas restrições ao comércio para privar a Rússia de cerca de 7 mil milhões de receitas, uma proibição de exportações de mais produtos para privar o Kremlin (Presidência russa) de tecnologias-chave para a sua indústria de armamento, e uma atualização da lista de entidades individuais e coletivas alvo de medidas restritivas.
Em Atenas, a alemã observou que a "chantagem energética" do Presidente russo está "a pressionar o estilo de vida" dos europeus, que ao mesmo tempo estão a ser "colocados à prova para defender a democracia e permanecer unidos e determinados".
Durante o seu discurso, Von der Leyen ressalvou que a luta pela liberdade não se reflete apenas na Ucrânia, mas também em outras partes do mundo onde a autocracia está a ganhar terreno, como Hong Kong ou Irão, onde "mulheres corajosas se levantam e exigem respeito e igualdade".
A líder da Comissão Europeia focou ainda o respeito pelos direitos fundamentais no seio da UE, onde se combate o "racismo e antissemitismo ou a violação dos direitos das minorias, como os da comunidade LGBTQ".
O estado de direito e a independência judicial também estão ameaçados em algumas partes do bloco e também há preocupações com a corrupção, acrescentou.
Von der Leyen sublinhou que uma das principais prioridades que a UE deve focar é conseguir "proteger-se melhor das interferências estrangeiras", sejam estas campanhas de desinformação, ciberataques ou ações militares.
Outro objetivo é o combate às alterações climáticas, que é "um fardo colossal para o futuro das crianças", destacou ainda.