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O embuste que, à deriva, governa Portugal

Numa conjuntura europeia de extrema complexidade, seria de esperar que quem governa o nosso País – tanto mais com maioria absoluta – cumprisse, quanto mais não fosse os serviços mínimos, dentro da missão para a qual foi eleito.

Dizia eu que seria de esperar, mas infelizmente não é.

Temos um Governo da República que vive (ou finge que vive) numa realidade paralela, naquele seu mundo “cor-de-rosa” que há muito perdeu toda a credibilidade.

Um Governo que diariamente apregoa mais e mais promessas, sem quaisquer sinais de concretização, enquanto que ao mesmo tempo, se envolve em graves polémicas, em contradições e desautorizações na praça pública e em atropelos entre Ministros que certamente não falam entre si.

Pior do que tudo, temos um Governo que falta à verdade deliberadamente, que avança e recua naquilo que diz sem qualquer pudor e cuja inação tem sido altamente lesiva para todos os Portugueses – com exceção, quiçá, dos que vivem no tal mundo “cor-de-rosa” – com uma gravidade inaceitável na área da saúde e mais recentemente, no que respeita aos nossos reformados.

O que dizer de tudo isto? É que perante este cenário e no barco à deriva em que o País se encontra mergulhado, é difícil vislumbrar quaisquer soluções, tanto mais quando o próprio Primeiro-Ministro se recusa a falar no futuro, talvez porque ele próprio não saiba muito bem o que lhe espera.

Incertezas que se agravam quando estarmos a poucos dias de discutir o Orçamento do Estado para 2023 e quando à luz do que têm sido os últimos meses de governação nacional, particularmente no que toca à Madeira e ao tratamento discriminatório que se mantém de lá para cá (para já não falar das declarações infelizes e condenáveis do Ministro da Educação quanto aos professores que aqui trabalham), corre-se o risco de ver os dossiês pendentes e urgentes para com a Região mais uma vez adiados.

Ainda assim, mantemos a esperança, na mesma medida em que manteremos, também nesta discussão, a defesa acérrima pelos direitos e interesses de todos os Madeirenses.

Mas o mundo “cor-de-rosa” não se fica pelo retângulo. Desiludam-se os que acham que é só do lado de lá, no continente, que o PS anda à deriva, porque basta um olhar e uma leitura mais atenta àquelas que têm sido as declarações dos Socialistas de cá para perceber que ou não estão atentos, ou desconhecem a realidade ou então, estão na política apenas e só por passatempo, nunca para assumir-se enquanto alternativa de poder.

E em política, como toda a gente sabe, quem anda à deriva, quem é fraco nos seus argumentos, quem critica por criticar, quem é limitado nas suas contas de mercearia ou quem se limita a propor e a defender aquilo que o PSD/Madeira já cumpre – quiçá por mero desconhecimento ou então má fé – não tem espaço nem é capaz de ser escolha.

Sim, já o disse várias vezes e novamente reitero: os Madeirenses não têm memória curta, dificilmente se deixam enganar e sabem, perfeitamente, em quem confiar e com quem podem contar, sem estes artifícios nem montagens aos quais muitos acorrem apenas e só por sede de poder.

Valha-nos que ao menos nós, Social-democratas, aqui na Madeira, sempre tivemos os pés bem assentes na terra e não fazemos das palavras ditas ao vento a nossa principal bandeira.

Fazemos sim, bandeira da nossa ação, da nossa proximidade ao povo, dos compromissos que diariamente realizamos no rigoroso cumprimento do nosso Programa de Governo, das ajudas que continuam a chegar às famílias e às empresas, da estabilidade e das expetativas que, nas melhores ou piores circunstâncias, nos recusamos a defraudar, assim como fazemos bandeira do projeto que queremos continuar a construir, em nome do futuro desta Região, em estreita sintonia com as novas gerações. E aqui não posso deixar de também sublinhar o excelente trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela JSD/M que neste fim-de-semana, reúne, precisamente, o seu Congresso Regional.

Na realidade, nunca precisamos de mentiras, demagogias ou embustes para ganhar Eleições e são já muitas as vitórias somadas ao longo destes 45 anos. São muitas mais as que queremos continuar a alcançar, com verdade, compromisso e uma extraordinária vontade de fazer mais e melhor por esta terra que tanto nos orgulha e pela qual não nos cansamos de lutar, ao contrário dos que teimam em andar à deriva.