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Costa justifica mudança de posição sobre fórmula de pensões com evolução das circunstâncias

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O primeiro-ministro, António Costa, justificou hoje ter alterado a sua posição sobre a aplicação da fórmula das pensões para 2023 de junho para setembro com a evolução das circunstâncias e dos dados sobre a inflação.

Na primeira ronda do debate sobre política geral com o primeiro-ministro no parlamento, o líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, voltou a acusar o Governo de ter feito "um truque" para com os pensionistas, ao propor para 2023 uma atualização das pensões inferior à prevista na lei em vigor, antecipando o restante aumento previsto para um pagamento extraordinário em outubro.

"A 20 de junho, disse que íamos ter um aumento histórico das pensões e que não havia a mínima dúvida de que o Governo iria cumprir a fórmula de atualização das pensões", afirmou Mirando Sarmento, referindo-se a uma entrevista de António Costa.

O líder parlamentar do PSD salientou que, nessa altura, já a guerra da Ucrânia durava há quatro meses, "a inflação estava em 8,7% e a já era claro que o processo inflacionista seria duro e longo".

"Porque é que em junho não disse a verdade, porque garantiu que a lei ia ser cumprida, que forma é esta de governar com base em truques e ilusões?", questionou, acusando o Governo de fazer, a partir de 2024, "um corte de 3,5% nas pensões de todos os portugueses", incluindo nas mais baixas.

Na resposta, António Costa referiu que, em 20 de junho, as previsões de Primavera da Comissão Europeia de maio apontavam ainda para uma inflação de 4,4%.

"No mês seguinte, em julho, a Comissão reviu em alta as previsões para 6,8%, em dois meses alterou em 50% as suas previsões e, neste momento, sabemos que vai ficar um pouco acima dos 7%. As circunstâncias em que fiz essas declarações são distintas das que temos hoje", justificou.

Por outro lado, o primeiro-ministro recusou que haja qualquer corte nas pensões, salientando que, mesmo nas pensões menos aumentadas em 2023, a subida será superior ao maior aumento que houve desde o início do século.

"As pessoas sabem bem o que são cortes: recebem 500 euros num mês e 400 no seguinte", contrapôs.