Xi Jinping volta a surgir em público em exposição que celebra os feitos da sua governação
O Presidente chinês, Xi Jinping, surgiu, na quarta-feira, pela primeira vez em público, desde que visitou a Ásia Central em meados de setembro, numa exibição sobre as "conquistas" realizadas pela China durante os seus dois primeiros mandatos.
Esta visita é o mais recente marco de uma longa campanha que visa elevar o estatuto de Xi Jinping, que deve quebrar com a tradição política do país ao assumir um terceiro mandato em outubro, durante o 20º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC).
Foi a primeira aparição pública do líder chinês, desde que participou de uma cimeira sobre segurança regional, onde se reuniu com o homólogo russo, Vladimir Putin, em 15 de setembro, no Uzbequistão. A rara ausência coincidiu aproximadamente com o período de quarentena de 10 dias imposta a quem chega à China vindo do exterior, ao abrigo da política de 'zero casos' de covid-19.
O nome de Xi dominou as primeiras páginas dos principais jornais e noticiários dos órgãos estatais.
A exposição em Pequim mostra as conquistas realizadas pela China desde o final de 2012. A exposição inclui os esforços de Xi para revitalizar a economia, modernizar as Forças Armadas e combater a pandemia da covid-19, de acordo com a imprensa oficial.
As autoridades devem "divulgar amplamente as medidas estratégicas, práticas transformadoras, progressos revolucionários e conquistas marcantes dos últimos 10 anos", disse Xi aos membros do Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder na China, que o acompanharam na visita.
Wang Huning, o quinto mais alto quadro do PCC, marcou o tom para o próximo mês na inauguração da exposição. "A liderança de Xi Jinping (...) é a razão fundamental pela qual estas conquistas e mudanças históricas se realizaram", disse Wang, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.
No último congresso do PCC, realizado em outubro de 2017, Xi não nomeou um sucessor óbvio e a Constituição foi posteriormente alterada pela Assembleia Nacional Popular, para permitir que ele cumprisse três ou mais mandatos como chefe de Estado.
As autoridades e a imprensa estatal intensificaram uma campanha de exaltação a Xi nos últimos meses. Desde abril, o Partido Comunista organizou dezenas de conferências de imprensa para promover o histórico de governação do líder chinês, parte de uma série intitulada "China na última década".
Antes da recentralização do poder que definiu os dois primeiros mandatos de Xi, havia uma separação formal das funções do governo e do Partido e um ênfase numa liderança partidária "coletiva". Sob a direção de Xi, no entanto, o Partido Comunista Chinês voltou a penetrar na vida política, social e económica da China, enquanto o poder político se centrou na sua figura.