ONG pede eleições seguras e livre exercício do direito ao voto no Brasil
A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) apelou às autoridades brasileiras que garantam eleições seguras e o livre exercício do direito ao voto, a quatro dias das eleições gerais altamente polarizadas.
Para que tal acontece, frisou as autoridades devem proteger tantos os eleitores, mas também candidatos, funcionários e voluntários da justiça eleitoral, "inclusive fiscalizando o cumprimento das restrições temporárias às armas e munições".
Segundo a organização não-governamental, a violência política, ataques à imprensa e as "tentativas de minar a confiança no sistema eleitoral têm aumentado no período que antecede as eleições".
Apesar de ter resfriado o discurso durante a campanha oficial, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que ambiciona ser reeleito a 02 de outubro, tem questionado a fiabilidade do sistema de votação eletrónica que o Brasil adotou há quase três décadas, quando todas as sondagens dão ao seu principal opositor, Lula da Silva, hipótese de vencer logo à primeira volta.
A ONG lembrou, contudo, as declarações do dia 18 de setembro por parte de Bolsonaro que afirmou que se não obtivesse 60% dos votos, "algo de anormal aconteceu dentro do TSE".
"Discursos de ódio online e offline, e graves ataques e violência política têm deixado muitos brasileiros com medo de expressar as suas opiniões e exercer os seus direitos políticos", afirmou a diretora das Américas da Human Rights Watch, Juanita Goebertus,
"Todos os candidatos deveriam condenar a violência política, dar fim aos ataques a jornalistas e à imprensa, e insistir que seus apoiadores respeitem o direito dos brasileiros de elegerem pacificamente seus representantes e concorrerem a cargos eletivos sem medo", disse a Human Rights Watch.
A HRW recordou ainda que o clima de tensão política persiste no Brasil. "O presidente Jair Bolsonaro levou uma facada durante a campanha eleitoral de 2018", recordou, acrescentando que pelo menos três apoiantes de Lula da Silva já morreram durante a campanha deste ano "possivelmente em razão de suas opiniões político-partidárias".
As presidenciais brasileiras concorrem 11 candidatos: Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D'Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Padre Kelmon, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.
As eleições presidenciais no Brasil têm a primeira volta marcada para 02 de outubro e a segunda, caso seja necessária, para 30 de outubro.
Além do cargo de Presidente e vice-presidente, estão em jogo os governos dos 27 estados do país, a renovação completa da Câmara dos Deputados, a renovação parcial do Senado e das assembleias legislativas estaduais.