Descoberta uma quarta fuga nos gasodutos do Báltico
A Guarda Costeira sueca confirmou hoje ter descoberto uma nova fuga de gás, de menor dimensão, do gasoduto Nord Stream 2 no Mar Báltico, elevando o número de fugas dos dois gasodutos russos para quatro.
"Há duas fugas do lado sueco e duas fugas do lado dinamarquês", disse um oficial da Guarda Costeira à agência de notícias France-Presse.
"A distância é algo subjetivo, mas elas estão próximas uma da outra", disse o responsável, referindo-se às duas fugas do lado sueco.
"Trata-se de um grande derrame de cerca de 900 metros de diâmetro e outro mais pequeno de cerca de 200 metros", disse Jenny Larsson, porta-voz da Guarda Costeira, ao jornal Svenska Dagbladet.
Até agora, as autoridades dos dois países tinham confirmado uma fuga na área do Mar Báltico pertencente à Suécia, a nordeste da ilha de Bornholm, e duas na área pertencente à Dinamarca.
As fugas estão a causar agitação marítima significativa na superfície da água, ao longo de várias centenas de metros, o que impossibilita a inspeção imediata das estruturas, segundo as autoridades.
Suécia, Dinamarca, Alemanha, União Europeia (UE) e NATO alegaram que as fugas do Nord Stream foram causadas por um "ato intencional" e "sabotagem".
Por seu lado, o Kremlin qualificou de "sem sentido e absurdas" as acusações europeias de que a Rússia pode ser responsável pelo danos detetados nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, apontando o dedo aos Estados Unidos.
Os serviços de informações russos (FSB) abriram um inquérito a um "ato de terrorismo internacional", depois da alegada sabotagem dos gasodutos Nord Stream no Mar Báltico, anunciou na quarta-feira a procuradoria-geral russa.
A procuradoria acrescentou ainda que "a Federação da Rússia sofreu um grave prejuízo económico devido a estes atos".
Na sexta-feira, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas vai reunir-se a pedido da Rússia, a propósito desta sabotagem, anunciaram na quarta-feira a Suécia e a França.
A Ucrânia acusou na terça-feira a Rússia de responsabilidade pelas fugas nos gasodutos, denunciando um "ataque terrorista" contra a União Europeia (UE).
O primeiro Nord Stream, com capacidade de bombeamento de 55.000 milhões de metros cúbicos de gás por ano, foi interrompido após a Rússia alegar uma fuga de óleo na única estação de compressão russa que ainda estava em operação.
Já o Nord Stream 2 nunca entrou em operação devido ao bloqueio da infraestrutura por parte de Berlim, mesmo antes do início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro.
No entanto, ambos os gasodutos estão preenchidos com gás e, portanto, devem manter uma pressão estável.