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Wall Street fecha em forte alta graças à intervenção do Banco de Inglaterra

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A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em forte alta, com os investidores impressionados pela intervenção do Banco de Inglaterra e satisfeitos com a baixa dos rendimentos obrigacionistas, o que criou as condições para uma animação acionista.

Os resultados definitivos indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average ganhou 1,88%, o tecnológico Nasdaq progrediu 2,05% e o alargado S&P500 valorizou 1,96%.

O Dow Jones e o S&P50 acabaram com uma série de seis sessões consecutivas em baixa, iniciadas com a comunicação do banco central dos EUA [Reserva Federal (Fed)] e a subida da sua taxa de juro de referência, há uma semana.

Para Angelo Kourkafas, da Edward Jones, "a notícia do dia foi a intervenção surpresa do Banco de Inglaterra no mercado obrigacionista".

A instituição anunciou que ia comprar dívida pública em circulação para procurar estabilizar o mercado, que tinha visto o rendimento da dívida soberana britânica a 10 anos subir até 4,59%, uma novidade desde há 14 anos.

A decisão do Banco de Inglaterra provocou uma violenta descida das taxas britânicas e o moimento propagou-se ao conjunto do mercado obrigacionista, EUA incluídos.

Nos EUA, o rendimento da dívida pública a 10 anos, que tinha acabado de superar os quatro por cento pela primeira vez desde há mais de 12 anos, caiu para 3,72%.

"Esta decisão histórica do Banco de Inglaterra realça o risco de a Fed ir demasiado depressa, no seu ciclo de endurecimento monetário, sob pena de fazer cair a economia e desequilibrar os mercados financeiros, disse Angelo Kourkafas.

Para Nick Reece, da Merk Investments, "dada a inquietação com a instabilidade dos mercados financeiros, é possível que a Fed e o banco de Inglaterra renunciem a reduzir o seu balanço" e continuem a comprar obrigações em circulação para apaziguar os operadores.

Apesar de não acreditar neste cenário, Kourkafas não exclui "comentários (de membros da Fed) que assinalem uma diminuição do ritmo de subidas da taxa de juro", para evitar uma desestabilização do mercado.

Os operadores bolsistas fizeram assim evoluir as suas previsões e já esperam agora uma subida da taxa de juro de referência da Fed em um ponto percentual, no máximo, nas duas próximas reuniões do seu comité monetário (FOMC, na sigla em Inglês), em novembro e dezembro, quando há uma semana esperavam uma subida de 1,25 pontos percentuais.

A perspetiva de compra de dívida pública pelo Banco de Inglaterra fez antecipar um aumento de liquidez disponível no mercado e estimulou o apetite pelo risco, que esteve retraído nas últimas semanas, analisou Nick Reece.

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