França pede ajuda à Noruega para conter preços do gás
O Presidente de França, Emmanuel Macron, pediu esta quarta-feira à Noruega, agora a maior fornecedora de gás da Europa, que "reforce a sua ação" na luta contra a escalada de preços na energia, devido à invasão russa da Ucrânia.
Macron manteve esta quarta-feira uma conversa telefónica com o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, onde elogiou "os esforços da Noruega para aumentar as suas exportações e assim contribuir para a redução da dependência europeia dos hidrocarbonetos russos".
"[O chefe de Estado francês] Apelou à Noruega para que continue e fortaleça a sua ação para lutar contra a subida dos preços da energia na Europa", referiu a presidência francesa em comunicado.
Como resultado da redução do fornecimento de gás por Moscovo, em retaliação às sanções europeias desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, a Noruega tornou-se o principal fornecedor de gás da Europa, à qual está ligada através uma vasta rede de gasodutos.
O país escandinavo está atualmente a produzir em plena capacidade e, de acordo com as previsões oficiais, as suas exportações de gás podem atingir um nível recorde de 122 biliões de metros cúbicos este ano, em comparação com cerca de 150 biliões de metros cúbicos de gás por ano fornecidos pela Rússia à União Europeia antes da guerra.
Perante a subida dos preços, vários estados europeus, incluindo a Itália, estão a defender um teto máximo para o preço do gás comprado não apenas à Rússia, mas também a outros países produtores, como a Noruega, uma proposta bem recebida por Oslo.
Os dois líderes discutiram ainda "o que a Noruega está a fazer para garantir o abastecimento de gás à plataforma continental norueguesa, à luz dos acontecimentos no mar Báltico", realçou, por sua vez, o gabinete do primeiro-ministro norueguês.
A Noruega anunciou esta quarta-feira que vai reforçar a segurança em torno das suas instalações de petróleo, após a alegada "sabotagem" dos gasodutos Nord Stream no mar Báltico.
O anúncio ocorre após fugas misteriosas, precedidas de explosões, que atingiram na segunda-feira os gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2 e os recentes avistamentos de drones relatados por empresas petrolíferas em torno das suas plataformas em águas norueguesas.
A Autoridade Norueguesa de Segurança do Petróleo pediu nesta semana "aumento da vigilância por parte de todos os operadores e armadores na plataforma continental" em resposta a esses avistamentos de drones que, segundo a entidade, poderiam causar um acidente ou um ataque.
O Eliseu adiantou ainda que a conversa entre os governantes também se concentrou sobre a realização em Praga, em 06 de outubro, da primeira reunião da Comunidade Política Europeia (EPC).
A criação de uma Comunidade Política Europeia foi lançada na presidência francesa do Conselho da União Europeia (UE) com o objetivo de reforçar a cooperação entre o bloco e países vizinhos, incluindo os candidatos à adesão, como a Ucrânia.
Este organismo deverá reunir-se uma a duas vezes por ano e a UE garante que não é uma solução alternativa ao alargamento do bloco.