Madeira

"Para quando o direito à habitação?" questiona a CDU

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Numa iniciativa política organizada esta manhã, junto ao edifício da Secretaria Regional da Inclusão e dos Assuntos Sociais, no Funchal, a CDU aponta a falta de resposta relativamente aos "crescentes problemas no acesso à habitação na Região Autónoma da Madeira".

Em comunicado enviado esta manhã à redacção, Edgar Silva, coordenador regional, apresentou um caso específico: "Caso concreto da família de Goreti Gonçalves Gomes, há 30 anos inscrita na lista de espera para acesso a uma habitação com renda social, que, no passado dia 29 de Agosto, teve uma acção de despejo, e que, até hoje, aguarda por uma resposta emergencial".

Edgar Silva questionou ainda: "Para quando o direito à habitação? Quando é que os governantes serão capazes de medidas no sentido de reconhecer o direito a uma casa digna?".

Esta família está, desde a noite de 29 de Agosto, de 'Anás para Caifás', de concelho para concelho 'com as malas às costas', a mando da Segurança Social. Depois de um primeiro alojamento na Pousada de Juventude do Funchal, aquela família foi enviada para a Pousada de Juventude de Santana. Daquela pousada a família desalojada foi enviada para a Pousada de Juventude no Estreito da Calheta e, de novo, recebeu guia de marcha para a Pousada de Juventude no Funchal. E aquelas pessoas, agora, tiveram a informação de que deveriam rumar à Pousada de Juventude do Porto Moniz, amanhã.... Ora, isto é, indigno e intolerável! Ou seja, a Segurança Social e o Instituto da Habitação da Madeira, em vez de incluir, estão a excluir; em lugar de estabilização social, estão a promover a desintegração social, pois, a criança que tinha infantário, deixou de poder frequentá-lo; o jovem que estava matriculado na escola Francisco Franco, ainda não consegue ir à escola; o homem que tinha o seu trabalho, perdeu o emprego, tudo, porque anda toda aquela família de um lado para outro, porque os governantes brincam com a vida das pessoas". Edgar Silva.

"Este é um retrato do agravamento da injustiça social e é a demonstração de que os governantes não estão à altura de dar as respostas sociais urgentes a tanta gente que está a ser vítima de políticas que agravam as condições de vida do povo", lê-se no comunicado.

A concluir, Edgar Silva afirma que "é possível viver melhor na nossa terra", acrescentando que se "houve uma 'bazuca' com verbas para a habitação, é possível garantir outras respostas sociais. Se o Estado está a arrecadar verbas extraordinárias com os impostos, existem disponibilidades orçamentais para outras políticas sociais".