UE considera "ilegais" referendos de anexação organizados por Moscovo
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse hoje que os "referendos" de anexação organizados por Moscovo nas regiões ucranianas foram "ilegais" e os resultados "manipulados".
"Trata-se de uma nova violação à soberania e à integridade territorial da Ucrânia, no contexto de violações sistemáticas dos direitos humanos", disse Borrell através de uma mensagem difundida pela rede social Twitter.
"Nós saudamos a coragem dos ucranianos que continuam a opor-se e a resistir à invasão russa" acrescentou o chefe da diplomacia do bloco europeu.
As autoridades pró-Rússia nas regiões ucranianas de Zaporijia, Kherson e Lugansk reivindicaram na terça-feira uma vitória do "sim" à anexação pela Rússia, estando ainda a aguardar-se pelos resultados da quarta região ucraniana ocupada pela Federação Russa.
De acordo com autoridades eleitorais instaladas pela Rússia nas quatro regiões, 93,11% dos cidadãos de Zaporijia votaram a favor da anexação à Rússia, após a contagem de 100% dos boletins de voto.
Na região de Kherson, a administração de Moscovo informou que 87,05% dos eleitores votaram a favor do "sim" à anexação, tendo sido também contados todos os votos.
Pouco depois, as autoridades em Lugansk também anunciaram a vitória do "sim", enquanto a contagem na quarta região ucraniana onde também se realizou um "referendo", o Donbass (leste), continua, apesar de as autoridades já terem anunciado que "o sim prevaleceu largamente".
Em 2014, a Rússia já tinha usado o resultado de um referendo realizado sob ocupação militar para legitimar a anexação da península ucraniana da Crimeia, no Mar Negro.