Tem razão, mas vai preso
A propósito duma situação frequente mas um tanto ou quanto caricata e no meu habitual (deambular) pela nossa cidade o que após 55 anos de árduo trabalho as circunstâncias assim me o permitem, deparei-me com uma situação que é frequente na Rua do Ribeirinho de Baixo (acesso da F. Ornelas ao estacionamento e espaços comerciais ali existentes), colocarem-se alguns vendedores de produtos da sua horta ou de confecção caseira, e lá estavam 2 cidadãos dum lado e do lado oposto outros 2 de mão estendida.
Lembrei-me duma situação: se a justiça tivesse de agir, quem seria o prevaricador e seria alertado para a ilegalidade? Obviamente que uma fiscalização intimidaria os que (ilegalmente) estão a negociar na via pública talvez sem o devido e exigido licenciamento. Agora eu pergunto, onde está a justiça?
Quando se utiliza o combate político a qualquer preço, servimo-nos de todas a razões e motivos para apresentar as nossas ideias, propostas e possíveis soluções. Será que é importante manter as angústias, os desejos, as incertezas, os desesperos, as inconveniências, a injustiça, a ignorância, a miséria para que a cada 4 ou 5 anos ter argumentos suficientes para desenrolar de novo o rol das habituais promessas nesta deplorável democracia? Será que só agora CHEGA o culpado de tudo isto? Da sucessiva insegurança, do caos na saúde, dos problemas da justiça onde corrupto não tem que prestar contas à justiça e onde quem rouba, existem alíneas na lei que justificam ou inibem desse ato. Dos graves problemas da educação e dos educandos no que a colocação, custos, modelo, alojamentos e serviços deixam tantas famílias quase em estado de choque. Dos sucessivos problemas da saúde onde o constante adiar de cirurgias, consultas, atendimentos e tratamentos levam a que o índice de mortalidade tenha aumentado gradualmente e de forma exagerada. Será mesma estratégia política o perpetuar das necessidades básicas dos portugueses para pode-los manter sempre dependentes das já tradicionais promessas eleitorais?
Parece que só agora CHEGA o culpado da insegurança, da violência doméstica, dos incêndios, dos acidentes de trânsito, enfim duma série de problemas que só agora e após quase meio século de «liberdade» é que CHEGA o culpado. Porque num país que durante séculos foi o pioneiro das descobertas, o modelo da frota marítima, agora nem os seus cidadãos usufruem desse tipo de transporte para se deslocarem dentro do seu próprio território sentindo-se prisioneiros sem motivo aparente, (talvez um grande motivo) a continua persistência em acreditar que os problemas têm de se manter para que as promessas a cada 4 anos sejam sempre válidas. Porque só agora CHEGA alguém que achou que: CHEGA de continuar a pensar que em democracia tudo é permitido, que afinal o povo iludido nas promessas continuará a sonhar com o 25 de Abril prometido ao povo como a salvação da pátria e que no fundo e após 48 longos anos de espera, CHEGA a coragem de alguém abraçar a verdade, e lá está a conta de todos estes anos de sucessivos erros cometido, CHEGA a hora do povo despertar para a realidade?
Quando a ameaça do continuar a sobreviver à custa da miséria do povo tendo como pano de fundo continuar a possuir argumentos para a continuidade das promessas eleitoralistas, custa muito admitir que CHEGA um dia que o povo cansa. Por isso e antes que algum Virtuoso Santo descubra o milagre da perfeição conseguido pelos que conduziram o país ao Colaps(ç)o, a culpa é de todos os portugueses que andam há 48 anos a acreditar que a solução virá sempre daqueles que criaram, causaram e alimentaram o verdadeiro problema do nosso país; ( a miséria). O medo imposto pelo sistema e após meio século de sucessivos erros, já no povo começámos a pensar de que lado estará a verdade? Por isso é que o povo começa a dizer que: já CHEGA!
A. J. Ferreira