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Prestação média do crédito habitação de 273 euros em Julho de 2023

Foto Lusa
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A prestação média do crédito à habitação será de 273 euros em julho de 2023, à previsão da Euribor para essa data, o que representa 75% da prestação média de 2009, calcula o governador do Banco de Portugal.

As estimativas foram transmitidas hoje pelo responsável do supervisor bancário português, Mário Centeno, durante o discurso de encerramento "o impacto da nova ordem mundial na economia europeia", no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, quando indicou que a mediana da prestação em julho deste ano do crédito à habitação é de 250 euros.

Numa apresentação que acompanhava a intervenção, Mário Centeno apontava que "usando a previsão da Euribor para julho de 2023, nessa altura a prestação média corrigida será de 273 euros (apenas 75% da de 2009)".

Ou seja, apesar do aumento, em termos reais, a prestação fica ainda 25% aquém do valor atingido na crise financeira.

O governador salientou que 10% dos créditos à habitação vão ter um impacto da taxa de juro, estimada com os valores hoje da Euribor a julho de 2023, de quatro euros, por o capital em dívida ser "pequeno".

O responsável do supervisor bancário destacou que, em março de 2009, a média dos créditos à habitação era de 363 euros, o que em termos reais, corrigida para o aumento do rendimento disponível das famílias, equivale a uma prestação atualmente de 217 euros.

"Em termos corrigidos pela evolução do rendimento disponível, uma prestação que é 60% daquela que existia em 2009", disse.

"É preciso olhar para esta realidade para avaliar o que fazer, a urgência do que temos para fazer e onde estamos verdadeiramente nesta resposta", disse Centeno, vincando que "leva-nos a ter que voltar ao que os bancos centrais têm vindo a dizer de política orçamental: que deve ser temporária, focada e atempada".

Mário Centeno assinalou ainda que a massa salarial em Portugal no último ano cresceu 10%, não tendo caído em termos reais e que o rendimento disponível real das famílias tem vindo a crescer praticamente ininterruptamente desde 2015.

"Não me espantaria que os salários daqueles que mantém os empregos, ou daqueles que conseguiram novos empregos no último ano, estejam a crescer 7%, 8%, 11%. Nenhum destes valores implica uma perda real de salários", assinalou.